03/08/2023 às 09h07min - Atualizada em 03/08/2023 às 16h02min

Publicidade médica: presidente da Associação de cirurgiões plásticos diz que atual código de ética médica é antiético

Segundo a Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS), que defende a publicidade médica livre e responsável, o atual código de ética médica aproxima o paciente de profissionais que não estão preparados para os tratamentos.

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Destaques:
*Hoje, médicos têm uma série de limitações quanto à publicidade no Brasil, de forma que são proibidos de postar antes e depois, por exemplo.
*Isso exige que o paciente tenha que pagar a consulta para descobrir se os resultados do cirurgião lhe agradam, e se o médico possui experiência com a cirurgia que ele deseja ou com seu biotipo.
*BAPS defende publicidade médica livre e responsável, para dar maior transparência e clareza nas relações entre o médico e o paciente.

São Paulo – O presidente da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons), o cirurgião plástico Dr. Daniel Botelho, se posicionou contra o atual código de ética médica do Conselho Federal de Medicina. “O código de ética médica atual é antiético, pois aproxima os pacientes de profissionais não médicos. À medida em que os cirurgiões, com boa postura, com boa técnica, são limitados a se expressar em ambientes de rede social, por exemplo, os pacientes ficam mais expostos a profissionais menos capacitados. Para que o profissional esteja mais próximo, é absolutamente necessário que ele tenha liberdade para se comunicar, com responsabilidade. Ética no mercado é fazer transações livres com mínimo dano entre as partes, isso não é o que acontece agora”, explica o presidente da associação.

Nos últimos anos, diversos profissionais de saúde entraram no ramo da estética, realizando procedimentos que antes eram inteiramente médicos. Mas há um desequilíbrio nessa história: “Profissionais não tão qualificados podem se comunicar e se aproximar do paciente, enquanto médicos muito bem qualificados são limitados em relação a sua comunicação. No mundo, os cirurgiões podem utilizar diversas plataformas para alcançar clientes e consumidores em potencial por meio de uma demonstração de sua experiência, fazendo comparações antes e depois ou conectando-se diretamente por meio de consultas de mensagens pessoais. No entanto, essa não é a realidade no Brasil, já que os médicos brasileiros são proibidos de postar fotos de antes e depois e contam com uma série de limitações no quesito publicidade”, destaca o cirurgião plástico Eduardo Nunes, cirurgião plástico associado fundador da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons) e coordenador do núcleo de publicidade médica da associação. A associação defende a publicidade médica livre e responsável nas mídias digitais e lançou um abaixo-assinado na internet para a divulgação de imagens consentidas pelos pacientes nas redes sociais.

A proibição de postar fotos de antes e depois também prejudica o paciente. “Isso exige que ele tenha que pagar a consulta para descobrir se os resultados do cirurgião lhe agradam, e se o médico possui experiência com a cirurgia que ele deseja ou com seu biotipo”, argumenta o Dr. Eduardo.
Segundo a BAPS, o atual código, apesar de alegar defender a ética médica contra promessas de resultados, proíbe o médico inclusive de compartilhar e educar sobre resultados ruins ou insatisfatórios, mesmo com a permissão do paciente e sem identificá-lo, o que, para a associação, seria louvável já que demonstraria que o resultado da cirurgia plástica pode ser influenciado por diversos fatores.

A BAPS defende que a mídia social pode, por meio da educação, aumentar a conscientização e a defesa do paciente. “Por meio de links de hashtag, termos de pesquisa e perfis dedicados, as redes sociais têm sido um meio central para a disseminação de procedimentos e informações médicas. A publicidade médica livre e responsável está intimamente ligada ao bom conhecimento e à verdade, o que gera benefícios para o paciente. Entendemos que este é um desequilíbrio danoso que limita a comunicação médica. A liberdade é para nós um dos fatores mais importantes”, esclarece o coordenador da associação.

A associação reitera que qualquer liberdade nesse sentido tem como base a responsabilidade. “Nós da BAPS reforçamos que a nossa defesa pela publicidade médica livre, antes de mais nada, deve ser calcada em valores inegociáveis, como seriedade das informações e imagens, bem como na responsabilidade e respeito tanto à Medicina quanto ao paciente”, explica. “A partir do momento em que esse cirurgião tem algo de muito valor para levar às pessoas do ponto de vista técnico, de qualidade científica, há a necessidade desse cirurgião estar mais próximo da sociedade e se apresentar de forma mais clara, transparente, sem arestas e sem barreiras. Justamente para que o paciente consiga entender e distinguir de forma mais clara aquilo que ele quer ter acesso”, finaliza o coordenador da BAPS.

FONTE: *BRAZILIAN ASSOCIATION OF PLASTIC SURGEONS (BAPS): A Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS) é uma associação brasileira formada exclusivamente por cirurgiões plásticos de todo o território nacional, além de associados internacionais. Com objetivo de reposicionar o Brasil como referência mundial no ramo da cirurgia plástica, a BAPS tem como foco a produção e disseminação de conhecimento científico e educacional e a defesa da publicidade médica livre e responsável, além da troca de conhecimento entre pares.  Instagram: @baps.aesthetic
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