05/07/2023 às 16h24min - Atualizada em 06/07/2023 às 00h06min

Evento em Brasília discute rumos da habitação popular no Brasil com dados do Censo 2022

O ano de 2023, para os setores da Construção e Habitação do Brasil, tem sido marcado pelas mudanças no programa de habitação Minha Casa Minha Vida.

SALA DA NOTÍCIA Flávia Sofia do Nascimento Brandão
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O ano de 2023, para os setores da Construção e Habitação do Brasil, tem sido marcado pelas mudanças no programa de habitação Minha Casa Minha Vida. Além da retomada do antigo nome, o novo MCMV aumentou o subsídio para aquisição de imóveis, reduziu os juros para o financiamento de imóveis para famílias com renda mensal de até R$2.000, e aumentou o valor máximo do imóvel que pode ser comprado pela maior faixa de renda, oferecendo oportunidades significativas para a atuação de construtoras e incorporadoras.  

Nesta terça-feira, 04, a convite da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Caixa Econômica Federal e a Secretaria Nacional de Habitação (SNH) estiveram juntas para debater as novidades do Programa Minha Casa, Minha Vida com empresários do setor e chefes do executivo municipal e estadual. O evento aconteceu no auditório da CBIC, em Brasília – DF. 

Mudanças na família brasileira 

O encontro é emblemático da nova fase do Programa, que tem sido marcada pelo amplo diálogo entre os agentes na discussão dos dados que devem orientar a atuação de incorporadoras e construtoras. 

Entre os pontos abordados, estiveram as informações sociodemográfica detectadas no Censo 2022 do IBGE, que apontam mudanças importantes nos padrões de crescimento populacional e formação familiar brasileiros. Estas mudanças acabam por impactar na forma de pensar planos diretores nos municípios e, por consequência, os projetos de habitação. 

Sobre os dados, destacou-se o crescimento populacional de 6,5% entre 2010 e 2022, registrando um número de 203,1 milhões de pessoas no país. Apesar disto, a taxa de crescimento anual da população do país foi de 0,52%, a menor taxa desde o primeiro Censo do Brasil, em 1872. 

Além disto, a pesquisa ainda verificou a redução do número de habitantes nas metrópoles, o que figura como algo inédito no país. Segundo o IBGE, apesar das pessoas ainda estarem concentradas em centros urbanos acima de 100 mil habitantes (metrópoles), o espalhamento do tecido urbano para além dos limites municipais tem descentralizado a densidade demográfica. Isto quer dizer que há expansões novas, pelo esgotamento de área dos municípios maiores.  

Outra informação foi o aumento da participação de outros arranjos familiares, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. 

Diante disto, cresce a preocupação de incorporadores e construtores com o planejamento de projetos que se adequem às novas realidades urbanas e familiares no MCMV, como a possibilidade da construção de edificações verticais, e a proximidade das habitações dos equipamentos de saúde, educação, lazer e mobilidade, que geralmente são centrais. 

Alinhamento 

Para o presidente da CBIC, Renato Correia, a análise conjunta de dados é fundamental para a prática de um programa de habitação que se adeque à realidade, tanto do ponto de vista da população quanto do ponto de vista das incorporadoras e construtoras.  

“Diante do fato de que temos um déficit habitacional de 6 milhões de habitações, a CBIC acredita que o alinhamento entres os entes como a Caixa e o Ministério das Cidades, é a chave do sucesso para darmos um passo além.”, defende. O presidente ainda demonstrou preocupação com a crescente falta de mão de obra no setor, que não tem registrado entrantes. 

Segundo a vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica, Inês da Silva Magalhães, a instituição defende uma aliança que advogue pela causa da habitação em suas diversas dimensões, econômica, social e urbana. “Sobre a falta da mão de obra, sabemos que os profissionais pedreiros não desejam que seus filhos tenham a mesma profissão e neste debate entra também a questão da industrialização, que é uma preocupação nossa”, explica. 

De acordo com o secretário nacional de habitação do Ministério das Cidades, Hailton Madureira de Almeida, de olho na meta de construir 2 milhões de casas em quatro anos pelo MCMV, o órgão já iniciou os trabalhos. “Nós abrimos a seleção para projetos ontem, mas as contratações não são tão rápidas. Primeiro acontece a habilitação do terreno, depois o projeto, então o processo que se iniciar agora só vira obra em 2024, por isso a nossa pressa em construir uma agenda executiva”, afirma.  

Com as mudanças para atender a população com renda familiar de até 6 salários mínimos, o MCMV passa a ter potencial para atender até 90% da população brasileira. Apenas para o ano de 2023, a Caixa tem aprovado 68 bilhões para financiamentos com FGTS. 

Atento às informações que impactam a atuação e o desempenho de incorporadoras, construtoras, este conteúdo é oferecido pelo CV CRM, o primeiro CRM 5.0 do mercado imobiliário.  

 


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