03/07/2023 às 12h33min - Atualizada em 03/07/2023 às 16h00min

Lojas autônomas apostam em Visão Computacional para zerar o número de furtos

O furto de mercadorias em lojas autônomas chega a até 6% do faturamento, enquanto em um supermercado tradicional gira em torno de 3%

SALA DA NOTÍCIA Redação

As lojas autônomas estão em amplo crescimento no país pela praticidade e autonomia que oferecem ao cliente na hora da compra. Estima-se que existam cerca de 10 mil mercadinhos autônomos no Brasil, que movimentam entre R$1,5 bilhão e R$2 bilhões por ano, valor que deve dobrar até o final de 2023. No modelo, porém, é natural que existam preocupações relacionadas à segurança - uma delas é o alto índice de furtos, que chega a ser o dobro do registrado em supermercados tradicionais. 

Para solucionar o problema, startups e empresas brasileiras investem cada vez mais em inteligência artificial para melhorar a segurança e a experiência de compra nos estabelecimentos. Um exemplo é a BuyBye, uma startup de varejo inteligente que através da sua experiência passou a fornecer também tecnologia e transferência de Know-How para empresas que desejam criar novos modelos de negócio autônomos. 

A startup está investindo agora em Visão Computacional, um sistema de vigilância por vídeo que contribui diretamente para a segurança dos estabelecimentos - os algoritmos podem detectar atividades suspeitas e alertar os responsáveis pela loja em tempo real. 

"O principal foco da visão computacional é resolver os furtos, mas não se limita a isso, pois queremos, além de melhorar a segurança de nossas lojas, melhorar a experiência ao compreender o nosso consumidor e, como consequência, potencializar o resultado do modelo autônomo. O próximo passo é desafiar o modelo de compra Scan & Go e já estamos no caminho", explica Evandro Maximiano, CEO da BuyBye. 

Maximiano destaca ainda que, ao identificar tudo o que as pessoas levaram e compraram, baseado em um comportamento de consumo, as lojas podem ser abastecidas com os itens certos. "Quando um item é furtado, a loja perde esse controle, prejudicando também o cliente", ressalta. 

Segundo o CEO da BuyBye, entre os itens furtados, os que representam maior prejuízo são os de bebidas destiladas pelo alto valor agregado. Com a visão computacional, a expectativa é zerar o número de furtos -  atualmente ele afeta cerca de 6% do faturamento das lojas autônomas.

O autoatendimento já é capaz de oferecer um serviço personalizado para cada cliente de acordo com os dados de compra coletados em aplicativos, no self-checkout (quando o próprio cliente passa as suas compras no caixa) e através da leitura facial. "Agora, com o reforço da visão computacional, seremos capazes de acompanhar toda a jornada de nossos clientes e utilizar esses dados também para identificar fricções e melhorar a experiência", afirma o CEO da Buybye.  

O projeto piloto já está sendo implementado em algumas lojas de condomínio da Buybye, de rua da Zaitt e logo passará a ser testado em novos ambientes com a entrada da BuyBye em novas empresas. A BuyBye é um mercado autônomo presente em condomínios, empresas e espaços inteligentes com a proposta de criar um relacionamento de proximidade com o cliente. A startup conta atualmente com 11 lojas em operação em São Paulo e está em processo de expansão na cidade de Feira de Santana, na Bahia. O projeto da BuyBye é ter 1.500 lojas em 5 anos.

Visão computacional no varejo

A preocupação com a segurança não é exclusiva das lojas autônomas, mas também do sistema varejista. No Brasil, o setor calculou um prejuízo de cerca de R$16 bilhões em 2022 com furtos e roubos.  

Nos Estados Unidos, por exemplo, a varejista Target estima perder cerca de US$1,3 bilhão em furtos e roubos até o final de 2023, US $500 milhões a mais do que no ano passado. A Foot Locker, especializada em calçados e roupas esportivas, também relatou "perdas significativas" na divulgação de balanço do primeiro trimestre. 

O problema é recorrente. Em 2022, cerca de 80% dos varejistas americanos relataram alta nas perdas, de acordo com uma pesquisa da consultoria Jack L Hayes International, citada pelo Financial Times.

Entre os desafios do varejo tradicional, ressalta Maximiano, solucionar a questão da segurança é um dos maiores. "Com o tempo, a Visão Computacional vai transcender a experiência de compra em lojas autônomas e pretendemos levá-la também pelo varejo, resolvendo o problema", afirma. 

Para aumentar a segurança nas lojas e diminuir o número de furtos, o investimento em inteligência artificial é um caminho natural. "Com a visão computacional, podemos monitorar a loja em tempo real, observando comportamentos suspeitos e garantindo a segurança do ambiente. A Visão Computacional é uma tecnologia acessível e com retorno de investimento garantido. A inovação deve olhar este pilar, ou seja, criar soluções possíveis de serem replicáveis e escaláveis", finaliza o especialista. 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp