30/05/2023 às 13h41min - Atualizada em 30/05/2023 às 20h04min

Brasil exporta 1,996 milhão de toneladas de carne bovina in natura: você sabe como funciona esse processo?

Atualmente, o Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina in natura do mundo

SALA DA NOTÍCIA Geraldo dos Santos
Freepik.

A exportação de carne bovina in natura é um dos principais pilares da economia do Brasil, movimentando bilhões de dólares e gerando empregos em diversas regiões do país. 

De acordo com dados levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da Universidade de São Paulo (USP), o Brasil exportou cerca de 1,996 milhão de toneladas de carne bovina in natura em 2022, reafirmando-se como um dos maiores produtores e exportadores mundiais do produto. 

Mas como funciona esse processo? Quais são os desafios enfrentados pelos produtores e exportadores brasileiros? A quais exigências esses empreendedores precisam se adequar?

Para entender um pouco sobre o assunto, é fundamental conhecer as respostas para essas e outras perguntas.

Os impactos da exportação de carne bovina in natura na economia brasileira

 

O impacto da exportação de carne bovina in natura na economia brasileira é extremamente significativo, promovendo a geração de empregos e movimentando bilhões de dólares em negócios. 

Para se ter uma ideia, um levantamento feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na segunda metade da década de 2010, já apontava números consideráveis desse setor.

Essa amostragem relatou que, naquela época, o Brasil já exportava quase 2 milhões de toneladas de carne bovina in natura, gerando mais de 6 bilhões de reais anualmente.

Em amostragens mais recentes, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) apontou dados de 2020, 2021 e 2022 que comprovam que as exportações de carne bovina in natura permanecem estáveis e crescentes, apesar da pandemia.

Atores envolvidos na cadeia produtiva da carne bovina in natura

 

A cadeia produtiva da carne bovina in natura vendida internamente e exportada pelo Brasil envolve diversos atores. No início da cadeia estão os criadores de gado, que fazem a seleção e criação dos animais. 

Em seguida, os animais são encaminhados para os frigoríficos, onde ocorrem o abate, o processamento e o armazenamento da carne. Depois disso, a carne é distribuída para as empresas exportadoras, que realizam a comercialização do produto nos mercados internacionais. 

Ao longo de todo o processo, também há a participação de órgãos reguladores, como o Ministério da Agricultura, que garantem a qualidade e a segurança dos produtos exportados.

Os principais parceiros de exportação da carne bovina brasileira

 

Ainda segundo o último levantamento da Abrafrigo, feito em 2022, os quatro países que mais importam carne bovina in natura do Brasil são:

  • China (186.084 toneladas/ano);
  • Estados Unidos (173.141 toneladas/ano);
  • Chile (71.858 toneladas/ano);
  • Egito (99.994 toneladas/ano).

Além desses, pelo menos outros 160 países compram carne bovina in natura produzida no Brasil todos os anos.

As principais exigências do mercado internacional para a exportação de carne bovina in natura

 

Por ser um produto direcionado ao consumo humano, a carne bovina in natura precisa atender a diversos critérios de qualidade para ter o seu comércio interno e externo aprovado. 

Atualmente, as principais exigências do mercado internacional para a exportação da carne bovina in natura brasileira incluem, além da qualidade geral do produto, o comprometimento com regras de segurança alimentar e a rastreabilidade dos animais abatidos.

Os países importadores geralmente estabelecem padrões rigorosos de qualidade e segurança, como a ausência de doenças e a presença de certificados sanitários. 

Além disso, os exportadores precisam seguir as normas de rastreabilidade, que permitem acompanhar a origem e a trajetória dos animais desde a sua criação até o abate. 

Como é feito o controle de qualidade da carne bovina exportada pelo Brasil?

 

O controle de qualidade da carne bovina exportada pelo Brasil é um processo rigoroso e complexo, que envolve desde a seleção dos animais até a entrega do produto final ao consumidor. 

Os frigoríficos, que são responsáveis pelo abate e processamento da carne, precisam seguir normas e regulamentações estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que é o órgão responsável por fiscalizar e garantir a qualidade do produto.

Todos os anos, o órgão realiza inspeções em milhares de frigoríficos brasileiros, a fim de garantir a qualidade e a segurança da carne produzida no país.

Para se adequar às normas de segurança internacionais, os frigoríficos investem em tecnologia e boas práticas de produção, como a utilização de equipamentos modernos e o treinamento constante dos funcionários.

Outro aspecto importante do controle de qualidade da carne bovina exportada pelo Brasil é a rastreabilidade dos animais. 

Desde 2002, o país possui um sistema de identificação e rastreamento animal, conhecido como Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (SISBOV), que permite acompanhar toda a trajetória do animal desde o nascimento até o abate. 

Todos esses procedimentos ajudam a garantir a origem e a qualidade da carne exportada, e é uma exigência importante dos mercados internacionais. 

As perspectivas para o mercado de exportação de carne bovina in natura do Brasil

 

As perspectivas para a exportação de carne bovina in natura do Brasil são positivas, pois, apesar dos desafios enfrentados pelo setor, as atividades do segmento não sofrem alterações há anos.

A demanda mundial por carne bovina deve continuar crescente nos próximos anos, principalmente em países emergentes como a China, que vem aumentando significativamente suas importações de carne brasileira. 

Além disso, as empresas da indústria de alimentos e bebidas têm investido cada vez mais em tecnologia e inovação na produção de carne, o que pode melhorar ainda mais a qualidade e a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.

Desafios enfrentados pelos frigoríficos na exportação de carne bovina in natura

 

Apesar de ser uma atividade estratégica para a economia brasileira, a exportação de carne bovina in natura enfrenta desafios constantes. 

Os frigoríficos precisam lidar, principalmente, com questões como as exigências sanitárias dos mercados internacionais e as flutuações cambiais que são constantes.

Outro grande desafio é manter a qualidade e a segurança da carne exportada. Para isso, é necessário seguir normas e regulamentações rigorosas, investir em tecnologia e boas práticas de produção.

A concorrência internacional também é um "problema" nesse sentido, já que o Brasil disputa espaço nos mercados internacionais com outros grandes produtores de carne bovina, como Estados Unidos e Austrália. 

Por fim, vale ressaltar que a produção de carne bovina in natura no Brasil também enfrenta críticas em relação aos impactos ambientais, como o desmatamento da Amazônia e a emissão de gases de efeito estufa. 

Para lidar com esses desafios, os frigoríficos precisam adotar práticas mais sustentáveis e responsáveis, a fim de garantir que o atendimento às demandas seja feito de forma limpa.


 
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