16/05/2023 às 11h36min - Atualizada em 16/05/2023 às 20h04min

Berço promete fazer bebês (e pais) dormirem mais, médica ressalta que acomodação ideal deve promover sono tranquilo e seguro

Médica com pós-graduação em Pediatria e Sono na Infância, Dra. Ana Jannuzzi, avalia o Snoo, o berço tecnológico que foi aprovado para comercialização em abril, nos EUA

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Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA), uma espécie de Anvisa estadunidense, concedeu autorização para a comercialização de berço robótico Snoo. O equipamento tem uma tecnologia para balançar e acalmar suavemente o bebê. Segundo os criadores, o berço responde automaticamente a choros e agitação, movimentando-se e emitindo sons tranquilos, quando necessário. Com isso, o fabricante promete que os pequenos se acalmem mais facilmente e voltem a dormir sem a ajuda dos pais. No site da Amazon, o Snoo custa cerca de R$ 8.500 reais, mas ainda não há disponibilidade de entregas para o Brasil. Mas será que um berço tecnológico e caro, influencia positivamente na qualidade do sono do bebê? Para a médica com pós-graduação em Pediatria e Sono na Infância, Dra. Ana Jannuzzi, a qualidade do sono do bebê não está apenas no tipo de berço ou na cama em que ele dorme, mas sim em uma experiência segura e tranquila. A acomodação ideal é aquela que melhor se adeque a realidade e ao dia a dia da família.

“Quando falamos sobre sono do bebê, o melhor lugar para dormir, entre os primeiros quatro meses até seis meses, é no quarto da família. Essa é uma medida de segurança para diminuir os riscos por síndrome de morte súbita dos lactantes. Algumas famílias preferem estender esse tempo até um ano de idade. Então, independente do modelo de berço, o mais adequado nessa idade seria dormir no mesmo local que os tutores primários. A cama compartilhada, se for opção da família, deve ser uma estratégia analisada com cuidado. A ideia do berço é bastante interessante, já que o movimento é um potente indutor de sono. Ainda assim, algumas crianças choram, pois, querem os pais em algum momento da noite, e talvez não se satisfaçam com o balançar do berço apenas. É preciso testar”, explica a médica que também é mãe de três pequenas (de 2 meses, 2 anos e 4 anos de idade).

Sobre o uso do berço, a médica com especialização em sono infantil alerta que a idade ideal para o uso deste é até quando ficar confortável para a criança. “O colchão utilizado no berço deve ter a densidade D-18, coberto com um lençol bem preso. Não é recomendado o uso de cobertores, travesseiros ou kit berço (que aumentam os riscos de sufocamento). A partir dos dois anos de idade, os pequenos já estão grandes para usar a maioria dos berços convencionais, seja pelo seu tamanho ou a sua autonomia. Muitos querem sair do berço e acabam se machucando”, alerta Jannuzzi. Nesses casos, a médica recomenda transferir o bebê para uma cama própria para crianças (com a segurança de uma grade para proteger de possíveis quedas) ou um colchão mais baixo, como os modelos de camas montessorianas, por exemplo.

Sobre uma experiência segura e tranquila de sono para os bebês, Ana Jannuzzi completa: “Luzes, barulho, desconforto e insegurança interferem diretamente com a qualidade do sono dos bebês. Por isso, sempre recomendo às mães e aos pais que estão tentando colocar seus filhos para dormir que fiquem atentos a movimentação do resto da casa e não apenas do quarto do bebê. É importante diminuir o som da TV, evitar abrir vídeos de celular, bater panelas e portas, tentar falar baixo e não pegar e nem brincar com o bebê. Esse deve ser um momento de paz e tranquilidade e não de angústia para o pequeno e para os pais”, finaliza a médica.


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