15/05/2023 às 10h28min - Atualizada em 15/05/2023 às 20h04min

15 de maio - Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares: números sobem no Brasil pós-pandemia

Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) orienta população sobre medidas de prevenção nos serviços de saúde

SALA DA NOTÍCIA Dedicata Comunica
https://www.sobrasp.org.br/
Divulgação SOBRASP
Infecções hospitalares em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para adultos após a pandemia COVID-19 estão aumentando no Brasil, segundo o mais recente Boletim Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Dados de
2019 (pré-pandemia) comparados ao ano de 2021 mostram que a incidência de infecções de corrente sanguínea associadas ao uso de cateter venoso central nos pacientes aumentou 30% (de 3,9/1.000 CVC-dia para 5,2/1.000 CVC-dia), assim como a pneumonia decorrente de ventilação mecânica cresceu 20% (de 16,4/1.000 VM-dia para 19,7/1.000 VM-dia).

Ao mesmo tempo, uma média de apenas 40% das unidades de saúde em todo o Brasil atingiu a meta de consumo da preparação alcóolica para higiene das mãos, que é de 20ml por paciente/dia, de acordo com relatório publicado em 2022 pela Anvisa, com dados de UTIs brasileiras de 2013 a 2019. “Ou seja, profissionais de 60% dos nossos serviços de saúde ainda
deixam de realizar a higiene das mãos antes e depois de manusear o paciente, por exemplo”, comenta a Dra. Claudia Vidal, médica do Serviço de Infectologia do HC/UFPE-EBSERH e diretora científica da SOBRASP, Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente.

Neste 15 de maio, Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, a SOBRASP chama atenção de profissionais, gestores e lideranças em saúde, e da população em geral, para a existência de medidas comprovadamente eficazes no controle dessas infecções e para a necessidade de serem adotadas nos serviços de saúde com um todo, por todos os envolvidos.


Para pacientes e familiares, Dra. Claudia Vidal orienta:

1- Lavar as mãos antes de se alimentar, após usar ao banheiro e tocar em objetos ao redor;

2- Evitar tocar o cateter onde são administrados soro e medicamentos;

3- Observar se os profissionais de saúde esfregam álcool gel nas mãos ou lavam as mãos antes de tocar no paciente, administrar medicamentos e de colocar as luvas para realização de procedimentos como: punção de veia, administração de medicamentos,
inserção de sonda para drenar urina, aspiração de secreções respiratórias, troca de curativos, entre outros;

4 - Evitar receber visitas de familiares e amigos que estejam com alguma infecção respiratória, como gripe, Covid-19 ou qualquer outra infecção;

5 – Evitar se alimentar com alimentos trazidos de fora do hospital por familiares e acompanhantes;

6 - Por fim, solicitar à equipe do hospital orientações sobre como colaborar para evitar infecções.

“Todas essas dicas servem para pacientes e familiares/cuidadores em qualquer serviço de saúde, não apenas em hospitais. As infecções podem ocorrer em unidades de hemodiálise, unidades de oncologia, durante a atenção domiciliar (home care), nos postos de saúde, nas policlínicas, ambulatórios, entre outros”, destaca a diretora da SOBRASP

De acordo com a Dra. Claudia Vidal, os dados brasileiros e mundiais ainda apontam para o impacto “incalculável” das infecções hospitalares associadas à resistência antimicrobiana na vida das pessoas: “As mortes aumentam de duas a três vezes quando as infecções são resistentes aos antimicrobianos”.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, de cada 100 pacientes em hospitais para cuidados intensivos, 15 pacientes em países de baixa e média renda vão adquirir ao menos uma infecção associada à atenção à saúde durante sua internação hospitalar. Em média, um em cada dez pacientes afetados morrerá por este motivo. Mais de 24% dos pacientes afetados por sepse nos serviços de saúde e 52,3% dos pacientes tratados em UTIs morrem a cada ano, em todo o mundo, de acordo com relatório da OMS (2022).



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