09/05/2023 às 16h27min - Atualizada em 10/05/2023 às 00h00min

Utilities Summit 2023 debate sustentabilidade, negócios e inteligência geográfica

Principais temas foram, as inovações, a busca por equidade de fornecimento de serviços, o Marco Legal do Saneamento, a integração de tecnologias e o monitoramento por IA e GIS

SALA DA NOTÍCIA Tatiana Paiva
Aconteceu nesta quinta-feira, 27, em São Paulo, o Utilities Summit 2023, evento organizado pela Imagem Geosistemas - parceira da americana ESRI, líder em soluções de inteligência geográfica - com o objetivo de demonstrar como a tecnologia pode transformar esse mercado, para que as empresas de utilities tenham a capacidade de operar, otimizar e gerenciar os sistemas de forma sustentável, garantindo a modernização e a continuidade das operações. Representantes dos setores públicos, privados e terceiro setor se reuniram para entender, em um momento em que as práticas sustentáveis e a garantia do desempenho operacional estão cada vez mais em evidência, como a inteligência geográfica pode ser determinante para este segmento.
O evento começou com Diogo Reis e Alexandre Aleixo, especialistas da Imagem Geosistemas, que passaram aos ouvintes um overview sobre a empresa e seus mais de 4 mil clientes.
Na sequência, foi a vez de Geovanny Solera, Utilities & Telcom Business Development Manager da ESRI, falar sobre os desafios planejados e não planejados que que o setor de utilities enfrenta no dia a dia e como as tecnologias podem auxiliar a transpor cada um deles. O executivo contou que os desafios planejados envolvem as transformações que são impulsionadas por fatores chaves; a gestão do ciclo de vida dos ativos, a escassez da força de trabalho qualificada e a necessidade de implementação de redes inteligentes. Já os não planejados são os desastres causados por mudanças climáticas, pandemias e até mesmo as questões governamentais.
Há muito que podemos fazer para ajudar nos processos do setor de utilities. Como, apoiar na identificação do melhor lugar para construir uma fonte de energia renovável e gerenciar os equipamentos de detecção de vazamento de gás. O ArcGIS é usado em quase todos os fluxos de trabalho, em quase todos os departamentos. E para entender como uma área pode impactar a outra”, explicou Solera.
Já Gustavo da Silveira e Vinícius Filier, Engenheiros de Soluções da ESRI para Américas, demonstraram na prática, também durante o evento, a aplicação do ArcGIS para o setor de utilities, quais variáveis podem ser utilizadas, visualização de mapas e áreas em 3D, além de demonstrar como é feita a captura de imagens por drones. “A automatização de processos para a inspeção de linhas de transmissão tem sido bastante utilizada, por exemplo. Isso porque, por meio de drones, podemos fazer uma execução de voo para entender o que está acontecendo na região, além de capturar, processar e armazenar as imagens em nuvem. A partir de uma captura de imagem, posso fazer conexões com sistemas, bases de dados, utilizar todas as redes para fazer a melhor gestão”, comentou Filier que também reforçou: “é importante a busca por equidade no fornecimento de serviços públicos. Quando verificamos os indicadores do fornecimento de serviços, conseguimos também gerar análises que podem suportar a tomada de decisões, quantas pessoas impactadas, número de interrupções de serviço, renda da população afetada, pessoas dependentes (abaixo de 18 anos ou acima de 65). Para gerar um ranking de qual a área mais vulnerável e qual teria um impacto negativo maior, caso um serviço público seja interrompido”, contou.
Para se entender a relevância desse levantamento de dados e da busca pela equidade de fornecimento, quando uma família que está em situação de vulnerabilidade extrema fica um período longo sem energia, por exemplo, pode ter perda de alimentos, que estragarão sem refrigeração, e não conseguirá repor. A questão de energia se torna algo muito maior, de falta de alimentação.
Gestão de ocupação irregulares no setor elétrico
Falando especificamente sobre o setor elétrico, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) falou sobre como o monitoramento de grandes extensões, a gestão de ocupações irregulares e a busca por uma rápida resposta das equipes de campo foram as principais necessidades que os levaram a buscar soluções de inteligência geográfica. “Para todos que mexem com grandes extensões, vocês sabem a dificuldade que é monitorar áreas e bordas. Pensando nisso, começamos a buscar metodologias para facilitar o monitoramento”, contou Wanderley Neto, Engenheiro Agrimensor da CHESF.
Com o uso de inteligência geográfica, a CHESF registrou melhoria dos projetos de engenharia – por meio da visualização das camadas relacionadas, redução do tempo necessário para realizar os estudos preliminares dos novos empreendimentos, maior produtividade, disseminação de informação precisa, de forma fácil, para qualquer nível de usuário.
Entrando na seara do Marco Legal do Saneamento, o acontecimento pode contar com a participação de Eduardo Bustamante, coordenador de geoprocessamento de análises geoespaciais da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão – CAEMA, também esteve presente no evento e falou sobre os desafios de ampliar a rede de esgoto para atender ao Marco Legal do Saneamento. Eduardo também contou sobre como a CAEMA tem realizado um trabalho de monitoramento de balneabilidade das praias, com resultados já expressivos.
O ArCGis é uma grata surpresa e não sabíamos o quão poderosa era essa ferramenta até começarmos a usar. Utilizamos nos mais variados setores e, por meio da democratização da informação, conseguimos dar a devida importância para cada pequeno detalhe, que antes não daríamos”, comentou. Hoje a empresa considera como principais ganhos a otimização e melhorias de processos de expansão, qualidade ambiental, redução de perdas e aumento de faturamento e arrecadação.
Para concluir as explanações da manhã, para falar de “GIS e BIM”, Vinicius Filier voltou ao palco no fim da manhã, ao lado de Maria Carolina, da Imagem Geosistemas, para falar sobre como é possível fazer a integração entre o GIS e o BIM, para garantir que a informação seja o centro do processo e que as tecnologias sejam utilizadas para o aprimoramento destes dados. “O desafio é fazer com que todos possam sentar na mesa e entender como trabalhar juntos, com integração e da melhor forma”, comentou Filier.
Palestras da parte da tarde
Quanto ao tema “Saneamento”, o uso da geotecnologia no setor seguiu em pauta no Utilities Summit, com a participação de Danilo Henrique, Coordenador de Projetos na Effico Saneamento. Para o executivo, a tecnologia tornou possível fazer análise de diagnóstico, classificação do tipo do uso do imóvel, coleta de informações cadastrais e registro de imagens para a tomada de decisões. “Visitamos mais de 18 mil imóveis e inspecionamos mais de 12 mil deles”, revela.
Entre os principais resultados e benefícios da inteligência geográfica nesse setor estão a redução de custo na operação de coleta/ tratamento dos dados, o aumento na agilidade, assertividade na geração de informação e a integração de informações para as melhores tomadas de decisões.
Outro tema do período, “a expansão do mercado de Telecom”, teve como destaque, a apresentação de Luigi Carli e Márcio Nogueira, especialistas da Imagem Geosistemas. Em transformação e rápida expansão, o setor lida com desafios e oportunidades.
Para Nogueira, as telcos têm capacidade para explorar novas fronteiras. “É possível potencializar dados de telco a partir de analytics e ecossistema de dados e plataforma ESRI. As empresas podem explorar cases e indústrias em que o ‘onde’ seja o principal problema de negócio”, afirmou.
“Mais resultados e menos custo no setor elétrico” foi a terceira apresentação da tarde, realizada pela Equatorial Energia, holding que controla as distribuidoras de energia Equatorial Energia Alagoas, Equatorial Energia Maranhão, Equatorial Energia Pará, Equatorial Energia Piauí, CEEE Equatorial Energia, Equatorial Energia Amapá e Equatorial Energia Goiás,  que destacou os desafios da manutenção de alta tensão. Nesse caso, a inteligência geográfica contribui para reduzir o tempo de atendimento nas ocorrências envolvendo transformadores de força e linhas de distribuição, roteirizar e informar o melhor caminho de acesso à instalação, auxiliar na tomada de decisões e no monitoramento dos transformadores.
Estamos usando muito o ArcGIS Pro, é sensacional e está transformando o nosso negócio. A ferramenta nos entrega muitas informações prontas e traz mais resultados com o menor custo possível”, destacou Evandro Meirelles, analista de geoprocessamento da Equatorial.
Ainda no setor elétrico, Rivelino Reis, Especialista em Regularização Fundiária da Engie, empresa líder em energia renovável no Brasil, apresentou o case “GIS Corporativos e aplicativos 3D para Geração Hidrelétrica”. Na sequência, Eduardo Geraldi e Weber Pires, especialistas da Imagem Geosistemas, apresentaram “Soluções I&RS para Utilities”, trazendo detalhes sobre a gestão da iluminação pública das cidades, Weber destacou como a inteligência geográfica vem transformando um mapeamento antes feito em campo. “A plataforma ArcGIS, sem sombra de dúvida, é a única que atende desde o nível técnico, quem está em campo, até a alta gestão para a tomada de decisões”, reforçou.
Para encerrar o dia,  Utilities Summit 2023 contou com uma importante premiação, “Excelência no Uso de Location Intelligence na Indústria de Utilities”, e  João Iolle, da Imagem Geosistemas, discursa: “o mercado passa por consolidações, tem muitas perspectivas, e é muito satisfatório ver essa evolução e fazer parte dessa história. Aqui, apresentamos cases com alto nível de sofisticação”, apontou. A CHESF, a CAEMA, a Effico, a Equatorial Energia, e, a Engie, foram as empresas condecoradas.
 
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