05/05/2023 às 17h26min - Atualizada em 05/05/2023 às 20h16min

Dia Mundial da Língua Portuguesa: celebrar o idioma é valorizar sua diversidade cultural

Na data em que se celebra o quinto idioma mais falado no mundo, educadoras comentam como o estudo da língua pode fortalecer a educação, a cultura e a cidadania

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No dia 5 de maio, comemora-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa, data proclamada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 2019. A data foi instituída para chamar a atenção para o 5° idioma mais falado do mundo. Já são 280 milhões de falantes da língua em todo o mundo e, segundo a ONU, o número deve chegar a 500 milhões até o final do século. Para a professora de Língua Portuguesa do Colégio Integrado, Letícia Giovanna Rodrigues, a celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa é uma forma de valorizar e promover o idioma e sua diversidade cultural, bem como de estimular uma participação plena na sociedade.

“Destacar a Língua Portuguesa é fundamental para a promoção da educação, da cultura e da cidadania, já que a língua é um ambiente de interação que promove a comunicação e a inclusão social”, avalia a professora. Ela observa que a compreensão do processo histórico e o contato com diferentes variedades também são importantes para entender a diversidade e complexidade do idioma. “Por exemplo, o português falado em Moçambique ou em Portugal tem diferenças em relação ao português falado no Brasil, como o uso de alguns termos e a pronúncia de algumas palavras. Conhecer essas diferenças é uma forma de entender melhor a língua como um todo”, destaca.

No Brasil – país com o maior número de falantes da Língua Portuguesa no mundo –, há variações de dialetos e sotaques em cada região, além de influência das línguas indígenas e africanas. “A diversidade cultural dos países que falam português se reflete nas diferentes variantes linguísticas e é fundamental valorizar e respeitar essas diferenças, reconhecendo a riqueza da Língua Portuguesa”, pontua Letícia. Segundo ela, ao fazer isso, é possível promover a inclusão social e cultural e combater o preconceito linguístico, que muitas vezes é uma forma de discriminação contra grupos marginalizados. “A diversidade linguística deve ser celebrada e preservada como um patrimônio cultural dos países que falam português”, propõe.

Literatura

Nesse contexto, as obras literárias brasileiras desempenham um papel importante na valorização da língua e na construção de um senso de pluralismo. Isso porque, por meio delas, é possível conhecer diferentes culturas, dialetos, variações regionais ou sociais e regiões do Brasil. “A Literatura Brasileira também nos apresenta uma forma natural de aprendizado do idioma, já que muitos escritores apresentam diferentes estilos de escrita que agregam à riqueza da nossa literatura. Algumas obras apresentam a variedade formal da língua, como Dom Casmurro, de Machado de Assis. Enquanto outras trazem a variedade linguística mais coloquial e com marcas regionais, como podemos observar em Vidas Secas, de Graciliano Ramos”, ressalta Letícia.

Por outro lado, a densidade linguística de muitas obras literárias brasileiras pode afastar os falantes do português da leitura e até criar um certo preconceito de que esses autores são muito difíceis de serem lidos. Para superar essas dificuldades, a professora orienta a prática da leitura e da escrita regulares, além do estudo contínuo para ganhar cada vez mais o conhecimento gramatical. Letícia recomenda que, para fazer da leitura um hábito, é preciso começar com algo que seja familiar. “Inicialmente, as leituras precisam ser associadas a temas de interesse do leitor, com o objetivo de que, posteriormente, seja possível a leitura e compreensão de textos estruturalmente mais elaborados e de alta densidade informativa”, explica.

Linguagem na Educação Infantil

A diretora pedagógica do Colégio Externato São José, Tatiana Santana, comenta que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na Educação Infantil estabelece seis direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. A educadora comenta que o estudo da Língua Portuguesa é fundamental nesta fase para estimular o ensino da língua materna para crianças e contribuir para o desenvolvimento da escrita, fala, leitura e interpretação. “O trabalho com a linguagem oral na Educação Infantil deve ser desenvolvido para tornar práticas recorrentes no espaço escolar atividades como a contação histórias, canto de canções ou parlendas, ensaios para apresentações, entre outras”, diz.

Tatiana ainda reforça que a Educação Infantil precisa alimentar e incentivar um processo que já deve estar em curso em casa, com os pais e responsáveis, e com o mundo ao redor das crianças. “O papel do professor é trazer essa pluralidade para a sala de aula, mostrar os usos e funções da língua e as relações entre as diferentes linguagens, favorecendo um ambiente alfabetizador”, arremata.

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