Às vezes, a realidade não corresponde às expectativas e caminhos alternativos precisam ser traçados. É o que acontece com empreendedores que decidem deixar seus negócios e voltar para o mercado de trabalho. Independentemente das motivações que levam o profissional a tal atitude, uma escolha como essa não deve ser carregada de culpa. Segundo o escritor Uranio Bonoldi, especialista em negócios e tomada de decisão, é importante que a frustração não reduza a autoconfiança do profissional e nem o impeça de conquistar boas vagas de trabalho.
Autor de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, Bonoldi pondera que é importante dar voz à razão e não se deixar levar pela emotividade. “Quando somos tomados pelos nossos sentimentos, não conseguimos agir e decidir de forma coerente, alinhada com nossos verdadeiros valores e objetivos. O ressentimento que muitas vezes vem quando a pessoa desiste de empreender pode afetar sua autoestima, descredibilizando a si mesma e levando-a, inclusive, à autossabotagem”, opina.
Pode ser que o empreendedor tenha desistido de empreender porque os negócios não foram tão bem quanto gostaria. Ou então, o profissional apenas percebeu que tem maior aptidão para outras funções, mas sente-se constrangido em admitir para as outras pessoas que não quer mais seguir administrando uma empresa. “É comum que a família e os amigos apostem muito no sucesso de um empreendedor, mas isso pode acabar pressionando as pessoas a manter os negócios. O ideal, portanto, é que a decisão de desistir do empreendedorismo seja muito bem refletida, para que se tenha mais confiança, desconsiderando as opiniões de terceiros. Afinal, as escolhas que tomamos são responsabilidade nossa, não podem ser delegadas a mais ninguém”, completa.
Para encontrar oportunidades no mercado, é de fundamental importância construir uma rede de contatos, especialmente com aqueles que conhecem a qualidade do seu trabalho e poderão indicá-lo como bom profissional. Da mesma forma, aumente sua rede de relacionamentos buscando ampliar sua busca de oportunidades em outras áreas de atuação. Muitas vezes, as empresas não estão procurando perfil técnico, mas habilidades comportamentais que só um empreendedor desenvolve.
“Use cada experiência que você teve empreendendo como aprendizado. Mostre aos futuros empregadores como essa fase da sua vida contribuiu para torná-lo um profissional melhor e de que formas você ainda pode agregar para a empresa em que está se candidatando. O importante é reconhecer o que há de melhor na sua jornada profissional para mostrar aos empregadores tudo o que você tem a oferecer”, finaliza o escritor.
Sobre o autor:
Uranio Bonoldi é palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO. É autor dos thrillers da saga “A Contrapartida” e de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP.
