20/04/2023 às 11h38min - Atualizada em 21/04/2023 às 00h09min

Como evitar ataques em escolas

(*) Priscilla Bortolotto Ribeiro

SALA DA NOTÍCIA NQM Comunicação
https://www.uninter.com
Divulgação

O que parecia uma realidade tão distante, hoje é uma dor bate em nossa porta. Estou falando de ataques às escolas. A visão que essa fatalidade acontecia apenas nos Estados Unidos ou em algum outro país de cultura distante da nossa, infelizmente é ultrapassada, agora lamentamos a morte de “filhos deste solo, do pátria amada, Brasil” que está apavorada ao ver sucumbirem tão jovens.

Em 13 de março de 2019, houve um dos primeiros ataques, amplamente noticiado, o ataque a escola em Suzano, onde 10 pessoas morreram, entre eles adolescentes, e após, os dois assassinos, um de apenas 16 anos e outro de 25 anos se mataram. A partir de então uma onda nefasta de suscetíveis acontecimentos, entre eles, em Saudade-SC, no qual o agressor, na época, com apenas 18 anos, entrou em uma creche com uma adaga e golpeou fatalmente duas educadoras e três bebês. E o mais recente, o ataque na creche de Blumenau-SC onde o criminoso, de 25 anos, portando uma machadinha matou quatro crianças, com idades entre quatro e sete anos.

Mas o que é preciso para que evitar que isso aconteça? Como proteger as nossas crianças e jovens? Deve haver cuidados com a segurança no sentido imediato, talvez adotar sistemas de proteção como os americanos, que vai desde a instalação de detectores de metais, portas reforçadas, softwares de reconhecimento facial, coletes e até lousas à prova de bala. Acredito que todas a medidas imediatas de contenção, que se fizerem necessárias, devem ser adotadas.

Porém, temos que ter um olhar para o além disso. É preciso voltar os olhos para os “porquês”, aquele tipo de pergunta, que quando é feita incomoda, pois é mais fácil e cômodo dizer “se existisse pena de morte, isso não aconteceria”, pois acreditem, mesmo assim aconteceria! Como o exemplo citado, onde o autor do crime, realizou o ataque e logo após cometeu suicídio. Logo, ele não deixaria de cometer o ato, por ter medo da morte. Para encontrar respostas, é preciso trabalhar com o nosso imediatismo de não querer pensar nisso, de não querer se responsabilizar, é necessário digerir e atuar, pois aquele que mata foi um bebê, uma criança e um jovem um dia e qual é o olhar que a sociedade teve para ele? O atual nós sabemos, que é o de assassino cruel e, nesse exato momento, você deve estar pensando: “Pronto, vai colocar o bandido como vítima”, o fato é que concordo com você, no sentido de que agora ele é sim um criminoso, com certeza. Porém, se olharmos para ele criança, o que foi negligenciado, o que nós como sociedade deixamos de ofertar e o que era necessário para que isso jamais ocorresse?

Compartilho aqui as minhas dúvidas, mas com a convicção de que para que uma criança possa se desenvolver, é necessário políticas públicas ativas voltadas para as crianças, uma efetiva melhoria das formas de atenção direta. Para que assim, possamos evitar esse ciclo de violências e deixo aqui um convite para você que é pai, mãe ou até mesmo, que apenas convive com uma criança, seja sobrinho, vizinho, amigo dos pais, convido para que você olhe com afeto e respeito para essa criança, busque todas as ferramentas necessárias para que ela se desenvolva com habilidades sociais e emocionais, para que tenha uma vida feliz e possa perpetuar esse ciclo de humanidade e gentileza.

(*) Priscilla Bortolotto Ribeiro, professora e tutora dos cursos de pós-graduação de Direito do Centro Universitário Internacional – UNINTER


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