18/04/2023 às 09h05min - Atualizada em 19/04/2023 às 00h00min

O ESG na indústria 4.0

Por Laercio Aniceto Silva, Superintendente de Negócios, Tecnologia e Inovação da Fundação CERTI.

SALA DA NOTÍCIA Laercio Aniceto Silva, Superintendente da Fundação CERTI.
Primeira Via Comunicação Integrada
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Por Laercio Aniceto Silva*

 

O ESG é um dos assuntos mais comentados nos últimos anos no meio empresarial. Do inglês environmental, social e governance, a sigla traduzida para o português significa ambiental, social e governança. O assunto é tão importante para o desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável que investidores e fundos de investimentos passam a analisar esse critério na hora de aplicar o dinheiro. Agregar iniciativas ESG nos negócios é importante para a imagem das empresas, principalmente no atual cenário onde o público olha com mais atenção para as companhias e busca produtos alinhados com o desenvolvimento sustentável. 

Um dos desafios das indústrias é aumentar a competitividade, eliminar desperdícios, melhorar a produção, trazendo mais agilidade e qualidade aos seus produtos, tudo isso alinhado à sustentabilidade e o impacto social. Neste cenário, a transformação digital, por meio das tecnologias da indústria 4.0, é uma grande aliada, pois ajuda a acelerar a agenda ESG. Internet das Coisas, algoritmos de inteligência artificial, aprendizado de máquina e gêmeos digitais (representação virtual de algo físico) são algumas das soluções que permitem monitorar, medir e reportar, por exemplo, a quantidade de emissão da indústria, o volume de água gastos e quanta energia são necessárias para realizar os processos industriais. Soluções de geração distribuída de energia para empresas permitem usar energia renovável e ao mesmo tempo atender contratos de demanda com as operadoras, sem pagar multas por consumo excedente.

Outro ponto importante é que essas tecnologias possibilitam que as empresas tenham em mãos dados em tempo real sobre o funcionamento da indústria, dessa forma dando informações concretas e atualizadas sobre o status do negócio. Isso possibilita criar agendas voltadas para a sustentabilidade e o impacto social, além de ajustar a rota da governança. Tudo isso impacta na tomada de decisões, uma vez que o gestor terá mais dados que auxiliarão em uma escolha mais assertiva.

Dentro do escopo dos critérios ESG, a indústria precisa cumprir algumas metas. No pilar sustentabilidade alguns pontos destacados são a preservação da biodiversidade, compromisso com a eficiência energética e com a redução da emissão de gases para combater o efeito estufa. O mercado de créditos de carbono obtidos por ações de sequestro e redução de emissões, concilia a proteção ambiental com vantagens econômicas.

No pilar social estão o respeito aos direitos humanos, promoção de impactos positivos na comunidade local e treinamento contínuo dos colaboradores. Por fim, no pilar governança se destacam o compromisso por um conselho mais diverso, remuneração justa e transparência fiscal.

Estar em consonância com essas metas traz muitos benefícios às indústrias. Além do impacto social e sustentável positivo, essas iniciativas trazem a preferência dos clientes e ganhos financeiros diretos para a empresa. Negócios com agendas ESG têm mais valor agregado na bolsa de valores, segundo a análise da MSCI (Morgan Stanley Capital International Index), e também têm mais chances de receber investimentos e acessar taxas mais atrativas. 

Exemplo concreto nesse sentido, a Plataforma Jornada Amazônia, ação voltada para a inovação em negócios da bioeconomia na Amazônia que apoiem a manutenção da floresta em pé e é liderada pela Fundação CERTI, gestora da iniciativa, e conta com a coparticipação e os investimentos do Bradesco, Fundo Vale, Itaú Unibanco e Santander. A união destes grandes atores vai ampliar a abrangência e o impacto de um programa que vem sendo construído e validado há três anos com capital semente do Fundo Vale e de outras organizações. A Plataforma Jornada Amazônia tem a ambição de alavancar impactos no território junto a quem entende e compartilha da visão de que a floresta em pé vale muito mais do que ela derrubada.

Estar alinhado a agendas sustentáveis possibilitam muitos ganhos para o setor, porém quem mais ganha é a sociedade que terá acesso a políticas mais justas nas empresas e o planeta com a preservação dos recursos. A indústria tem um papel importante na manutenção dos recursos naturais e o ESG veio para trazer luz a essas iniciativas.

 

* Superintendente de Negócios, Tecnologia e Inovação da Fundação CERTI. 


 
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