Mais de 10 milhões de mulheres lideram negócios próprios hoje no Brasil. De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o empreendedorismo feminino voltou a crescer e, em 2021, alcançou a taxa de 10,1 milhões de mulheres, equivalente a 2019, pouco antes da pandemia. Para muitas, a aposta tem sido atuar em um dos segmentos mais promissores da última década: o da alimentação saudável.
De olho nesse mercado, a microempreendedora Anna Paula Castro criou o Ideia Saudável, há 10 anos. Com 101 mil seguidores no Instagram, a marca tem como proposta oferecer praticidade, sabor e uma alimentação mais saudável e balanceada.
“A cozinha só me abriu portas. Sempre acreditei no empreendedorismo e, como cresci acompanhando a jornada da minha mãe, como empreendedora, nunca temi por ser mulher. Mas, não dá para negar que não é fácil empreender no Brasil. É um caminho solitário, você tem que arregaçar as mangas e fazer”, conclui. Os parceiros, segundo Anna Paula, facilitam o processo. É o caso da startup Trela, um marketplace que conecta fornecedores de alimentos aos consumidores finais, sem intermediários.
“A Trela veio para somar. É uma grande oportunidade porque faz com que o meu produto chegue mais longe e alcance mais clientes. Além disso, a curadoria dos fornecedores oferece maior credibilidade, permitindo que o cliente compre artigos selecionados a preços vantajosos.”
Fundada em 2020, a Trela é uma plataforma de comércio social que conecta grupos de pessoas a fornecedores, sem intermediários. A proposta é tornar a cadeia de distribuição de alimentos mais justa e eficiente. “Criamos e gerenciamos grupos de WhatsApp que atendem bairros e condomínios, e compartilhamos ofertas de mais de 150 produtores parceiros de 20 categorias diferentes. O processo permite beneficiar os pequenos produtores, que ganham mais, enquanto os consumidores pagam menos pelos produtos", comenta Guilherme Nazareth, CEO da Trela.
Mesmo recém cadastrada na Trela, a xará Ana Paula Frugis conhece de perto seus benefícios. À frente da Pizzita desde 2015, que oferece uma linha de pizzas prontas leves e saudáveis, com cardápio variado nas opções tradicionais, integrais, doces e até naturais (plant based), ela reforça: “Começamos bem pequenos, após a decisão por mudar os rumos da minha carreira, focada no mundo corporativo. No último ano, aumentamos significativamente nosso tamanho e espaço”.
Com um processo totalmente artesanal, Ana Paula conta que produz desde a massa até a montagem da embalagem. O molho é sempre fresco e feito com tomates selecionados. “Tudo isso só é possível porque cuidamos de cada detalhe. O preconceito do mercado por ser mulher eu sinto bem de perto, mas uso como combustível para aprimorar ainda mais o meu trabalho. As mulheres têm muito potencial para o empreendedorismo. Temos as habilidades necessárias para isso, já nos é natural”, comenta.
Para Ana Paula, a Trela é uma extensão de sua empresa: “caminhamos de mãos dadas. É uma parceria muito mão na massa, que visa o melhor atendimento ao cliente e ao pequeno produtor".
Sobre a Trela
Fundada em 2020 por Guilherme Nazareth, Guilherme Alvarenga e João Jönk, em Nova Lima-MG, a Trela é uma plataforma de comércio social que conecta grupos de pessoas a fornecedores, sem intermediários. Com a missão de criar um jeito mais eficiente e justo de comprar produtos do dia a dia, a empresa foca na desintermediação da cadeia de suprimentos, experiência de usuário, e otimização da logística. A startup já recebeu R$ 148 milhões para executar sua visão, captados com os melhores investidores do mundo — SoftBank, Kaszek, Y Combinator e General Catalyst. A empresa se divide entre escritórios em São Paulo, Belo Horizonte e colaboradores remotos.