20/03/2023 às 16h05min - Atualizada em 21/03/2023 às 04h01min

Mauricio Queiroz criou turbinas subaquáticas, que reduzem custos com energia

As turbinas, menores que as tradicionais, foram desenvolvidas para captar energia dos fluxos de correntes e, cada uma delas, pode abastecer até 22 mil famílias.

SALA DA NOTÍCIA Rafael Gmeiner
A captação de energia para a transformação em eletricidade é essencial para o nosso dia a dia, já que tudo que fazemos depende dela. E entre as principais fontes de energia para gerar eletricidade para as casas e para as cidades estão a termelétrica, a hidrelétrica, a solar fotovoltaica e a eólica.

Porém, essas fontes possuem pontos contra: a primeira é a mais cara pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão mineral, o diesel e o gás natural, além de não ser boa para o meio ambiente, já que causa 65% das emissões globais de gases de efeito estufa, este modelo de geração de energia é finito, ou seja, não renovável. Já as demais são fontes renováveis, mas dependem, essencialmente, de bons níveis nos reservatórios, bons níveis de incidência solar e bons ventos, mas essas condições são intermitentes e dependem de fatores climáticos que não podem ser previstos com a antecedência viável para um bom planejamento energético. Por isso, hoje em dia, as fontes renováveis ainda são insuficientes em relação ao tema segurança energética, que só pode alcançada quando associada às fontes fósseis.

Assim, um dos maiores problemas, em nossa matriz energética, é o alto custo envolvido e o repasse para as famílias brasileiras, que pagam caro e ficam à mercê de instabilidades, inclusive econômicas, para esta despesa variável.

Solução subaquática para geração de energia

O físico Mauricio Otaviano de Queiroz, fundador e CEO da startup TIDALWATT,  durante um mergulho em 2018, teve a sacada precisa: “pelo oceano é possível gerar energia renovável e infinita, de uma forma mais simples e com menor custo para as pessoas”, comentou o empresário.

E foi isso que ele fez. Em 9, Maurício inventou e deu vida a um modelo de turbina subaquática, relativamente pequena e que pode produzir a mesma potência, mas gerar três vezes mais energia que um modelo de turbina eólica tradicional, porque o vento é intermitente, mas as correntes oceânicas são contínuas. “O oceano é a única fonte de energia renovável segura, por ser previsível e constante, garantindo fornecimento ininterrupto de energia”, explica Mauricio.

E a sua ideia veio justamente no oceano, quando teve um contratempo naquele mergulho de 2018.

“Durante um mergulho, meu grupo e eu fomos pegos por uma corrente na parada de descompressão, a 15m de profundidade no mar, e arrastados  para bem longe da embarcação que nos esperava. Ficamos à deriva por quase uma hora antes de sermos resgatados. Mas isso me fez despertar para o fato de que as correntes do mar são, de fato, parte de um contexto muito maior. Elas são simplesmente o meio que temos para acessar a energia magnífica que se origina no movimento da Terra e, além dela, da mesma forma que entendemos que a eletricidade não vem da tomada na parede, mas de muito além dela. Notei que os projetos atuais de turbinas hidráulicas, inspirados em propulsores, não levam isso em consideração. Havia uma lacuna científica neste processo de captação de energia e foi neste momento que comecei a idealizar a Unidade Coletora de Energia de Corrente (UCEC) para capturar a energia abundante de um novo conceito,  de forma limpa e segura para a fauna marinha e para todo o meio ambiente”, afirma o físico.

Potência para mais de 22 mil famílias

Considerando o consumo médio das residências brasileiras, uma única turbina UCEC de 3 metros de diâmetro, que pode gerar até 5 MW de potência, sob uma corrente de cerca de  metro por segundo, é capaz de abastecer as casas de mais de 22 mil famílias e com o baixo custo, que  deve reduzir a conta de luz para as pessoas. Comparando com a tecnologia de geração eólica são necessárias de 2 a 3 turbinas de 180 metros de diâmetro.

“Esta energia renovável é tão abundante que, quando aproveitarmos uma pequena fração dela, vamos literalmente suprir toda a demanda energética do planeta, com tanta oferta que, no futuro, a energia será muito barata para as pessoas”, prevê Mauricio Queiroz.
 
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