20/03/2023 às 14h31min - Atualizada em 21/03/2023 às 04h00min

Fator psicológico de quem expõe o outro nas mídias sociais.

Não é incomum situações em que pessoas são expostas nas mídias sociais.

SALA DA NOTÍCIA Samantha di Khali Comunica
Divulgação
Não é incomum situações em que pessoas são expostas nas mídias sociais. Quando um relacionamento termina, desentendimentos entre pais e filhos, familiares, amigos, divergências entre sócios, calotes, insatisfação por algum serviço prestado. Na era da internet muitas pessoas recorrem às redes para “lavar a roupa suja” ou expor a vida, situações, detalhes e segredos alheios.
Não estou falando de quem de fato foi lesado por alguém ou alguma empresa e tenta, através da divulgação,  alertar sobre o ocorrido para que mais pessoas não caiam em um golpe. Por exemplo, empresas que recebem, somem com o dinheiro e não entregam o produto. Ou pessoas que se envolvem amorosamente para extorquir dinheiro da outra. Aqui, se trata sobre expor, difamar, denegrir.
Esse crime é chamado de Cyberbullying e pode acarretar processo cível, com dano moral, e criminal, como injúria, calúnia e difamação.
É importante dizer que divulgar mensagens, fotos, vídeos, prints de conversas, documentos difamatórios ou íntimos não autorizados é um ato ilícito, passível de indenização por danos morais, violação a direitos da personalidade, como imagem, honra, liberdade, intimidade, entre outros.
Entre famosos e anônimos, conhecidos nossos ou não, através das redes é possível saber das traições, quebra de contratos, rompimento de amizade, pois  o advento das redes  trouxe o poder de falar o que pensa e mobilizar a opinião dos seguidores.
É interessante olharmos para isso, porque, antigamente quem era traído, por exemplo, sentia vergonha de falar sobre o acontecido, hoje, as pessoas fazem questão de divulgar, para que o traidor, seja “queimado em praça pública”.
Podemos considerar algumas situações aqui: relações tóxicas e abusivas, em que expor o outro, compõe uma faceta do abuso, e aqui, o indivíduo tenta provar o quanto o outro é errado, o quanto ele tem razão e que de certa forma, expondo a outra pessoa ou a situação ele está prestando um favor para a sociedade em publicar  sobre o outro. Isso traz a sensação de poder e faz com que o indivíduo acredite estar passando uma boa imagem de si mesmo.
Pode ser também que quem faz esse tipo de postagem, tenha a necessidade de se sentir mais popular, e consegue assim, de forma equivocada, chamar atenção para si.
Existe aqui também o senso de justiça e vingança, quando o indivíduo se sente lesado e talvez não caiba recorrer à justiça, ou mesmo que recorra, ele tem a necessidade de tornar a situação pública.
Quem faz esse tipo de postagem é do mal? Nem sempre!
Explico: seja por qualquer motivo (abuso, popularidade, justiça, vingança), quem o faz, faz com a intenção de difamar a reputação, manchar a boa imagem de alguém ou de uma instituição, através de atitudes ou declarações.
E de onde vem a necessidade de difamar o outro? De mostrar que está com a razão, o quanto foi lesado, o quanto o outro não presta, o quanto precisa e mereço atenção! Esta é a questão.
A necessidade de convencer o quão bom, o quão certo, o quão injustiçado é, mas ao mesmo tempo provar o quão longe minha voz pode chegar, tendo uma sensação de poder.
Mora aqui uma necessidade de ser ouvido, considerado, acolhido, validado como certo, bom, verdadeiro.
Mora aqui uma dor. E quem faz isso, precisa olhar o quanto já se sentiu indefeso, injuriado, não ouvido ou considerado.
A criança que sempre levava a culpa de tudo, ou o protegido que sempre tinha razão, aquele que sempre falou mas foi ignorado ou tido como mentiroso, aquele que nunca teve quem o defendesse diante de um conflito, quem acredita que o mundo lhe deve algo, pessoas impulsivas que falam sem pensar se enquadram no perfil de pessoas que expõe terceiros na redes.
O que fazer? Olhar para isso e entender que, mesmo que tenha sido lesado, não é denegrindo, difamando, expondo o outro, que (me) convenço de quem eu sou!
Ainda sou uma menina indefesa? Ainda sou o menino que levava a culpa? Será que não estou crescidinho demais para acreditar que tenho razão em tudo? A quem eu quero convencer? Perguntas como estas são um bom caminho para olhar para si mesmo, cuidar do que dói.
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