07/03/2023 às 16h18min - Atualizada em 08/03/2023 às 16h05min

A representatividade das mulheres na ciência 

*Por Graziele Aparecida Correa Ribeiro e   Roberto Aguilar Souza Junior                                                       

SALA DA NOTÍCIA Valquiria Cristina da Silva Marchiori

                   

As mulheres vêm conquistando na ciência atual lugares de fala antes negados. Porém, durante muitos séculos elas foram silenciadas, queimadas vivas em fogueiras e tratadas intelectualmente de forma inferior aos homens. Desde criança a menina é treinada para se sentir frágil, o ato de consagrar que meninas brincam de casinha e meninos de carrinho, escancara uma sociedade machista e doutrinadora. E ao crescer em um ambiente velado, as meninas são treinadas a não terem inclinação para os cursos de exatas e de engenharias, pois essa não seria uma função que elas teriam capacidade de desenvolver, e muitas delas acreditam. 

Essa relação imposta pelo patriarcado, é arraigada na vida das mulheres desde o início da sua alfabetização, até o momento em que elas são inseridas na atividade acadêmica. Os autores Porro e Arraigo (2011), trazem que de todas as violências sofridas pelas mulheres, a menos discutida é a violência no ensino. O Instituto Serrapilheira, recentemente, lançou uma pesquisa que mostra que as mulheres vêm crescendo em representatividade, mas ainda são a minoria dentro das ciências. 

No Brasil temos desde 2006, o portal de divulgação científica Ciência & Mulher, desenvolvido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), para enaltecer o papel das mulheres cientistas, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) desde 2013 publica séries de mulheres brasileiras na ciência. Com essas informações, temos uma falsa sensação de progresso, porém ainda existe um caminho árduo a ser trilhado. 

O problema da invisibilidade da mulher na ciência é cultural, pois o capitalismo, o colonialismo e o patriarcado promoveram o epistemicídio (termo criado para explicar a invisibilidade implantada pelo conhecimento ocidental dominante), que apaga a história das mulheres e contribui para o sexismo dentro das áreas elitizadas pelo sexo oposto. Em pleno século XXI, em um mundo pós pandêmico, onde tivemos uma ascensão meteórica das mulheres no desenvolvimento da vacina da Covid-19, ainda temos que lutar contra a discriminação dos saberes desenvolvidos pelas mulheres, nos mais diversos âmbitos da vida e da ciência como um todo. Enquanto não houver políticas de inclusão massivas nas instituições de ensino, desde a primeira etapa da educação, até o nível superior, será difícil mudar essa realidade tão mascarada dentro das diversas instituições. 

Graziele Aparecida Correia Ribeiro é professora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter 

Roberto Aguilar Souza Junior é professor da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.                                                                        

 


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