27/02/2023 às 10h38min - Atualizada em 27/02/2023 às 20h05min

A endometriose pode voltar?

Doença afeta 8 milhões de brasileiras e precisa de tratamento constante

SALA DA NOTÍCIA Dr. Thiers Soares
Freepik / Divulgação
Uma dúvida comum entre as mulheres que descobrem ter endometriose é se a doença pode voltar após o início do tratamento, e a resposta é sim. Apesar de existirem diversos procedimentos para controlar a endometriose, por ser uma doença crônica e incurável, é possível que algumas pacientes voltem a sentir os sintomas, mesmo após o procedimento cirúrgico. 

Segundo o Dr. Thiers, médico ginecologista, especialista em endometriose, adenomiose e miomas, as chances de retorno da doença são de até 30%, e sua volta, geralmente, está relacionada à não realização do tratamento hormonal, indicado após a cirurgia, fator que possibilita que o tecido endometrial se instale em outras partes do corpo, como: nervo ciático, cérebro, septo nasal, amídala, diafragma, entre outros. Em outros casos, a recorrência da endometriose continua “ativa” quando os focos da doença não foram completamente removidos durante a cirurgia. Apesar de parecer uma recorrência, no caso de doença não removida, o que acontece é uma persistência da endometriose.

O tratamento adequado continua sendo um indispensável recurso para o controle da doença, já que ele melhora a qualidade de vida da mulher, ameniza dores e aumenta as chances de uma gravidez saudável.


O que é a endometriose?
A endometriose é uma doença inflamatória do sistema reprodutor feminino que ocorre quando o endométrio (tecido que reveste a parte interna do útero) se implanta fora do útero, atingindo outros órgãos, como intestinos, bexiga, ovário e até mesmo os nervos. De acordo com o Ministério da Saúde, 10% da população feminina brasileira fértil - com idade entre 14 a 45 anos - sofre com a endometriose e muitas delas não têm conhecimento sobre a doença. Segundo o Dr. Thiers Soares, que também e médico da área de Endoscopia Ginecológica do Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ, o atraso médio mundial para descobrir a doença é de 8 anos entre as primeiras queixas até chegar ao diagnóstico definitivo. 

A identificação acontece, muitas vezes, a partir de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve. “A demora em diagnosticar os focos da doença pode levar ao estado mais grave do quadro, quando é necessário partir para uma intervenção cirúrgica”, explica o médico. Mesmo assim, é importante lembrar que a endometriose não tem cura. Ela é uma condição crônica, que deve ter acompanhamento constante.

A endometriose é popularmente conhecida como uma condição que não permite que a mulher engravide, mas, segundo o especialista, isso pode ser considerado uma desinformação, já que, com o tratamento adequado para cada caso, é totalmente possível que a paciente tenha uma vida reprodutiva normal. 

Quais os sintomas da doença? 

Por ter sintomas semelhantes aos dos ciclos menstruais, a endometriose acaba passando despercebida em alguns momentos, entretanto, o Dr. Thiers Soares reforça que é necessário ficar atenta a alguns sinais que extrapolam os sintomas comuns, como: 
 
  • Fortes cólicas durante e após o período menstrual (dores que chegam a impedir o deslocamento e até mesmo a execução de atividades);
  • Dores durante as relações sexuais
  • Sangramento intestinal durante o ciclo menstrual
  • Ciclo menstrual desregulado
  • Cansaço excessivo e fadiga mental
  • Dificuldade para engravidar

Tratamentos avançados devolvem a qualidade de vida das mulheres

Após a suspeita ou diagnóstico, é importante realizar um acompanhamento médico com o seu ginecologista para identificar o grau da endometriose e, principalmente, quais são os métodos mais eficazes para o tratamento em curto, médio e longo prazo para cada caso. Hoje, muitos tratamentos hormonais podem auxiliar na melhora do quadro. 

Mas quando necessário alguma intervenção cirúrgica, a medicina já avançou o suficiente para aliar a tecnologia à favor da saúde. Em alguns casos, recomenda-se a videolaparoscopia, cirurgia para a retirada dos focos de endometriose espalhados pelos órgãos de forma minimamente invasiva, sem realizar grandes incisões no corpo da paciente, livrando de complicações e grandes cicatrizes. 

Dr. Thiers Soares conta que a cirurgia robótica também é uma grande aliada no tratamento da endometriose. “Com as plataformas robóticas, é possível garantir um procedimento mais rápido, com um pós-operatório mais seguro, menos tempo de internação e a garantia para o paciente de um retorno mais rápido à sua rotina”. 

Recentemente, a atriz Larissa Manoela revelou sofrer com a endometriose e afirmou que as dores fortes na região do abdome são suas principais queixas relacionadas à doença. O ginecologista afirma que é comum mulheres jovens descobrirem o quadro e que, quanto mais rápido forem diagnosticadas, mais rápido e eficiente também é o tratamento para cada situação. 


Sobre o Dr. Thiers
Graduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001), Dr. Thiers Soares é ginecologista especialista em doenças como Endometriose, Adenomiose e Miomas. Também é médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). O especialista é membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS  e AAGL). Recentemente, o Dr. Thiers Soares foi um dos responsáveis por trazer para o Brasil a técnica de Ablação por Radiofrequência dos Miomas Uterino, um tratamento moderno e eficaz, que causa a destruição térmica de tumores uterinos.
 
 

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