08/02/2023 às 23h43min - Atualizada em 09/02/2023 às 20h15min

Fevereiro Roxo: conscientização sobre a doença de Alzheimer

Diante de cada etapa da doença, muda-se a abordagem

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Mayara Dourado é médica geriatra - Foto: Digital Fisher Med
A campanha Fevereiro Roxo foi criada para conscientizar a população em relação a 3 doenças: lúpus, Alzheimer e fibromialgia. Apoiada pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), o Fevereiro Roxo visa informar as pessoas sobre a importância do diagnóstico precoce em casos como esses. Apesar de serem patologias distintas, elas têm algo em comum: não possuir cura. Mas, tem controle. Com o avançar da ciência, maior o arsenal terapêutico farmacológico e não farmacológico, mais evidente a qualidade de vida dos pacientes que realizam o tratamento de forma correta. 

Vamos focar na doença de Alzheimer:

A doença de Alzheimer é caracterizada por perda de funções cognitivas, dentre elas podemos citar: falta de memória, desorientação temporal e espacial, dificuldade na linguagem, problemas com finanças, no gerenciamento de medicações, baixo desempenho em atividades laborais, dificuldade para realização de atividades básicas como alimentar-se, tomar banho, etc.  

“Além disso, faz parte do quadro: alterações do comportamento, podendo ocorrer agitação, agressividade, alucinações, bem como delírios de perseguição, ciúmes ou roubo”, explica a médica geriatra Mayara Dourada.

Mas, é importante salientar, que o tratamento vai além do uso de medicações, incluindo o tratamento multidisciplinar não farmacológico. A equipe é formada por: médicos (geriatras, neurologistas, psiquiatras), psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, assistentes sociais, dentistas.

A cada etapa da doença, o foco do tratamento se modifica, explica a médica Mayara Dourado
  • Na fase inicial, a assistência visa à conscientização sobre o diagnóstico e à manutenção da funcionalidade. Umas das formas de estimular a independência funcional é com reabilitação cognitiva e estruturação de rotina feita pela Terapia Ocupacional. 
  • Na fase moderada, um dos focos da terapêutica é o apoio à família para lidar com alterações de comportamento e com as perdas mais evidentes de funcionalidade e independência.
  • Nas fases mais avançadas, as equipes de fisioterapia e fonoaudiologia se tornam ainda mais atuantes pelas alterações de marcha e deglutição tão frequentes. Nesse momento, se aprofunda a conversa sobre finitude e cuidados paliativos, uma vez que o foco principal é proporcionar conforto, alívio de sofrimento e melhora de qualidade de vida. Nessa fase mais avançada, ocorre déficit ainda mais significativo de memória. Por exemplo, os pacientes passam a não reconhecer mais os seus familiares próximos e nem locais conhecidos. Apresentam dificuldade para alimentação, incluindo problemas de deglutição, incapacidade de desempenhar atividades de autocuidado e problemas de marcha.  
Quando a doença é diagnosticada no início, é possível iniciar medicações específicas que trazem melhora dos sintomas, de qualidade de vida e progressão mais lenta dos sintomas. 

Precisamos falar mais sobre a Doença de Alzheimer e difundir ainda mais os conhecimentos acerca desta entidade, bem como substituir a ideia de que o esquecimento e a “caduquice" fazem parte do envelhecimento. 

Todo esquecimento persistente impacta negativamente na vida do idoso e deve ser investigado.

Colaborou com a matéria a médica geriatra Mayara Dourado - Serviço de Geriatria e Reabilitação (Sergere), no Recife/PE
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