13/03/2015 às 12h44min - Atualizada em 13/03/2015 às 12h44min

Thati Machado

Perfeccionista na arte da escrita...

Thiago Santos

 Quem é o ser humano Thatiane Machado?

 Uma adolescente por vocação, apesar dos 24 anos. Cheia de criatividade, ideias e histórias a serem contadas... Alguém com um olhar sempre positivo, apesar das dificuldades.

 

 

 Diria que você nasceu para a arte da escrita?

 Acredito que nasci para me envolver com a arte, de uma forma geral. Quando cursava publicidade, a parte artística das campanhas era o que mais me fascinava. O teatro, por sua vez, sempre esteve presente na minha vida. No ensino médio escrevi uma peça e em seguida atuei em outra. Fiz diversos cursos até finalmente ingressar para a faculdade. Já a leitura, foi um hábito introduzido em minha vida através do meu pai. Ele me apresentou a um livro do Sidney Sheldon e foi amor à primeira página. A escrita veio em seguida, oriunda da necessidade de expressar minhas ideias, de tirá-las de dentro da minha cabeça e colocá-las em um plano real. Apesar de não ter a mínima habilidade para pintura e outros trabalhos manuais, adoro visitar museus e exposições.

 

 

 

 

 

 

 Como foi o processo de aperfeiçoamento em relação às primeiras palavras até o dia de hoje?

 Tem uma frase do poeta mexicano Octavio Paz que traduz o que eu penso sobre as palavras: “A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade ou, pelo menos, o único testemunho de nossa realidade.” Acredito em sua teoria de que nós, homens, somos feitos de palavras. Para mim, a leitura e a escrita me permitem crescer enquanto ser humano. Pois se fomos feitos de palavras, crescemos à medida que ampliamos nosso vocabulário e nossa mente.

 

 

 

 

 

 

 Publicidade e artes cênicas?

 Sim. Como mencionado anteriormente, sempre me envolvi com profissões onde o meu lado criativo pudesse ganhar

vida. A escrita e o teatro eram paixões certas. Temi estudar teatro logo de cara, pois sabemos das extensas dificuldades encontradas na área e apesar de nunca ter parado de escrever, não imaginei que pudesse fazer da escrita a minha profissão. Cursei publicidade durante três anos, mas logo no início me arrependi da decisão. O curso era maravilhoso, mas a minha paixão artística ficou limitada dentro dele. Na maioria das matérias aprendíamos a vender produtos, a ganhar um comprador através da publicidade e isso quase nada tinha a ver com arte.

 

 

 

 

 

 

 Modelo Plus Size?

 Caí de paraquedas nesse meio, mas me apaixonei gradativamente. Sempre gostei de ser fotografada e modéstia à parte, sempre fui muito fotogênica. Quando fui fazer um book

fotográfico para o meu currículo de atriz, ouvi de profissionais da área que eu deveria procurar uma agência, pois tinha “jeito para a coisa”. Acabei entrando em uma agência da minha cidade e fiz alguns cursos e trabalhos com ela. Infelizmente ela encerrou suas atividades no final de 2014 e desde então não parei para dar atenção a essa outra carreira. Como sempre fui gorda e durante muito tempo sofri com isso, também fiz do “plus size” um estilo de vida, uma ideia a defender. Minha história intitulada “Poder extra G” (disponibilizada gratuitamente no wattpad), por exemplo, é prova disso. Nina, a protagonista, tem noventa e dois quilos e está bem consigo mesma. Ela ama o corpo que tem e não acha que precisa mudar algo nele. Espero, sinceramente, poder mostrar a todas as mulheres, seu imenso valor.

 

 

 

 

 

 

 Qual o conteúdo apresentado em seu blog?

 Quando criei o “Nem te conto” estava na etapa final de “Ponte de cristal”. Eu queria um espaço onde além de poder divulgar o meu trabalho, também pudesse falar sobre a minha paixão por livros. Foi assim que surgiu a ideia do blog. Criei-o na intenção de ter um espaço democrático onde eu pudesse ler e ser lida; onde eu pudesse divulgar o meu trabalho e também o de outros escritores que estão nessa mesma árdua jornada.

 

 

 

 

 

 

 Na época do Orkut você escrevia novelas?

 Sim. O termo usado para essas histórias era “webnovelas”, que nada mais é do que uma novela na web. Muitas pessoas usam o termo “fanfictions” também.

 Eu era − ainda sou − apaixonada pela banda mexicana RBD. Acompanhava tudo relacionado a eles. Nessa época eu ainda escrevia poemas e versos, mas um dia me perguntei como seria ver os seis integrantes da banda protagonizando as histórias que habitavam a minha mente. Então, despretensiosamente, comecei a escrever. No início quase ninguém me lia, mas eu continuei escrevendo pelo simples prazer que isso me proporcionava. Com o tempo, minhas histórias foram cativando novos leitores e as proporções dessa “brincadeira” superaram as minhas expectativas. Da última vez em que entrei no Orkut para dar uma olhada na minha comunidade (Webs da Thati;) ela tinha o impressionante número de 3500 membros. Era louco pensar que tantas pessoas gostavam do que eu estava escrevendo!

 

 

 

 

 

 

 A cada livro lido vinha até você às muitas sensações desde que não seria capaz de um dia escrever algo próprio? Escrever só era possível para aqueles que já haviam sido predestinados para tal?

 Não acredito em predestinação. Acredito que tudo é possível com uma boa dose de fé e força de vontade. E isso nunca me faltou. A cada nova história lida, eu sentia que um novo mundo de possibilidades se abria dentro de mim.

 

 

 

 

 

 

 Me diga o que sentiu ao ter em mãos seu primeiro livro como autora!

 Enquanto escritora, eu deveria me valer de alguma palavra para descrever esse momento, mas acredito que ela ainda não existe. Porque a sensação de ter nas mãos algo no qual você trabalhou por tanto tempo e com tanto afinco é simplesmente indescritível.

 

 

 

 Papel, Caneta e Ação?

 É um belo projeto criado e desenvolvido em parceria com as escritoras Aimee Oliveira e Clara Savelli. Cada uma criou sua personagem em seu próprio mundo. No entanto, suas vidas se cruzam e elas acabam vivenciando um sonho juntas; daí nasce uma bela amizade. Qualquer semelhança entre a história delas e a nossa não é mera coincidência. Juntas, nós três temos partilhado as conquistas dessa jornada literária, que é mais ou menos o que acontece na vida de Cindy, Lucy e Ana Luna (as protagonistas de “Papel, caneta e ação”). 

 

 

 

 

 

 

 E a sensação pessoal diante esta bela verdade de que sua escrita é mais “ uma semente ” em nome da arte que visa engrandecer o caráter humano

 Eu amo escrever e tento, de alguma forma, fazer com que as minhas palavras tenham valor perante a loucura do ser humano inserido no mundo moderno. Quem já leu alguns dos meus trabalhos, sabe que eu sou uma grande defensora das minorias, principalmente por me sentir parte delas. Gosto de personagens reais que nos façam enxergar não as nossas diferenças, mas as nossas semelhanças.

 

 

 

 

 

 

 Para finalizar nos fale dos seus projetos atuais e futuro!

 Bom, tentarei ser sucinta para finalizar essa entrevista. “Ponte de cristal” é o meu primeiro livro físico. Ele mescla romance, mistério, aventura e distopia. Eu levei quase dois anos trabalhando nele e estou muito feliz com o seu resultado. Logo em seguida publiquei na Amazon meu primeiro conto em formato digital, intitulado “Com outros olhos”. Trata-se de um romance Young Adult, ou seja, voltado para jovens adultos. É uma história sobre amor, superação, força de vontade e preconceito. Posteriormente me engajei em “Papel, caneta e ação”, já mencionado anteriormente. O livro também está disponível na Amazon. Atualmente estou focada em “Poder extra G”, um chick-lit com personagens bem singulares. É a primeira história que posto na plataforma (wattpad) e estou muito feliz com a repercussão positiva dela.

 

 

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