23/06/2023 às 14h55min - Atualizada em 23/06/2023 às 14h48min

Nova tecnologia que fez homem voltar a andar naturalmente pode ajudar no tratamento de outras doenças

Segundo o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili é possível que com o desenvolvimento da técnica chamada será possível melhorar o tratamento de diversas condições

Uma equipe de pesquisadores franceses e suíços conseguiu fazer um homem com lesão incompleta na medula cervical há mais de 10 anos voltar a andar normalmente através de uma técnica inovadora de implantes de eletrodos no cérebro e na medula espinhal do paciente.

O processo foi divulgado em um artigo na revista científica Nature que apresentou um método que pode revolucionar a forma como diversas doenças são tratadas.

Os pesquisadores utilizaram uma técnica denominada “ponte digital” que funciona realizando uma conexão entre o cérebro e os músculos, permitindo que o equipamento, através de eletrodos implantados no paciente, identifique a atividade neural e utilize um algoritmo para convertê-las em pulsos enviados para a coluna vertebral, permitindo que sejam realizados movimentos.

Além disso, notou-se um impacto na reabilitação do paciente após o uso dos eletrodos, demonstrando um avanço no controle sobre as pernas mesmo com o dispositivo desligado após o período de testes da tecnologia.

Como a nova tecnologia pode impactar o tratamento de outras condições?

De acordo com o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili, a tecnologia é promissora e pode ser estendida para utilização no tratamento de diversas outras condições.

“Quando fazemos algum movimento, o comando sai do cérebro e passa pela medula para chegar aos membros, por isso, quando alguma doença danifica esse ‘caminho’, isso impede que o paciente tenha controle sobre os movimentos dessas partes do corpo. Já havia métodos que visavam transmitir pensamentos a membros mecânicos para restaurar o movimento, no entanto, essa nova técnica realiza uma ligação direta entre o cérebro e uma região da medula que está após a danificada, sem a necessidade de próteses robóticas”.

“Implantes cerebrais já são usados rotineiramente para o controle de doenças como tremores, doença de Parkinson, distonia, entre outras. Com o avanço de pesquisas como essa, abre-se a possibilidade de, em breve, realizarmos este tipo de implante de modo corriqueiro para quem perdeu funções tão importantes e, desse modo, permitir ganhos incalculáveis em qualidade de vida ” Afirma Dr. Bruno Burjaili.

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