03/03/2023 às 20h04min - Atualizada em 27/02/2023 às 20h02min

Como acolher filhos homossexuais? Especialista revela como facilitar processo de acolhimento

O médico especializado em homeopatia e terapeuta de constelação familiar, Andrei Moreira falou sobre a importância e deu dicas de como tornar o processo afetuoso e cheio de respeito.

Apesar do mundo estar em constante evolução de conceitos e ideias, muitas pessoas ainda sofrem, diariamente, os prejuízos do preconceito diante da diversidade sexual e se sentem reprimidos até mesmo dentro de casa. Aliás, é no lar que a maioria das pessoas LGBTQIA+ sofre suas primeiras violências e exclusões. Mas, para pais que não querem reprimir seus filhos, mas sim, acolhê-los e fortalecê-los, o que fazer? O médico especializado em homeopatia e terapeuta de constelação familiar, Andrei Moreira falou sobre a importância e deu dicas de como tornar o processo afetuoso e cheio de respeito. 

“Habitualmente, as pessoas se sentem fiéis ao seu sistema de crenças familiar e social e mantém hábitos e comportamentos para não serem excluídas do pertencimento ao seu núcleo de origem. Por isso, ao validar seus sentimentos muitas pessoas homossexuais precisam encarar a culpa de ser diferentes, de romper com o padrão ou a expectativa dos pais a seu respeito; o medo de enfrentar o seu caminho de individualidade; a solidão do processo de crescimento e amadurecimento e os desafios de aprender a dinâmica das relações em um universo novo e cheio de particularidades, como a comunidade LGBT. Por isso, o apoio familiar e afetivo é tão importante”, começou dizendo. 

Segundo o médico, as estatísticas demonstram que a comunidade LGBT faz mais vínculos com os amigos – a chamada família de eleição - que com a sua família biológica, devido à rejeição familiar e o acolhimento que encontram entre iguais. 

Por isso é tão importante que os pais ouçam os filhos sem julgamentos, a fim de conhecer e compreender o que eles sentem e o que significa para eles aquela vivência, ofertando, inclusive, apoio psicológico, caso seja possível e se necessite. 

“Quando os pais acolhem os seus filhos, enfrentando o luto da imagem idealizada que projetaram sobre eles e o desafio de aprender a respeitá-los, estimulá-los e interagir com eles à partir de sua identidade real – e não daquela que tentava se adaptar ao que queriam deles -, os filhos podem se fortalecer no autoamor e no suporte necessário para superar a homofobia internalizada, a autorrejeição e se afirmar na vida com o valor e o merecimento de ser feliz”, contou. 

Ainda segundo Andrei, que passou por um processo semelhante quando mais jovem, “frequentemente, pais e filhos necessitarão de ajuda psicológica especializada para renovar as crenças, metabolizar os sentimentos contraditórios que envolvem o luto de qualquer imagem ou desejo e nutrir a amorosidade que, sem dúvida, é o melhor caminho para o enfrentamento e a superação de qualquer desafio na vida íntima ou familiar”, pontuou. 

Buscar grupos de pais de pessoas LGBTQIA+ ajuda muito para partilhar experiências, sentimentos e atitudes no processo da aceitação e acolhimento dos filhos. 

Quando os pais são movidos pelo amor e vencem preconceitos, buscam recursos de aprendizagem e adaptação que promovem cuidado, suporte e estímulo para que o filho tenha amparo em seu processo de autodescobrimento e autoaceitação. 
 
Afinal, salienta o terapeuta: “Amar-se e respeitar-se tal como se é, evoluindo sempre, bem como aceitar suas particularidades e a autonomia da vida adulta de construir o próprio caminho de felicidade – com todos os desafios e alegrias que isso representa - é a necessidade de todo ser humano que queira ser feliz”. 

Para saber mais: “Homosexualidade sob a ótica do espírito imortal” e “Transexualidades sob a ótica do espírito imortal”, de Andrei Moreira/Ame
Editora (disponíveis em Candeia.com e Amazon.com.br) e @andreimoreira
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