Olá, internautas
Nesta semana, a TV Globo exibiu “Dercy De Verdade”, microssérie de Maria Adelaide Amaral com direção de Jorge Fernando. Como já era previsto, a história da artista brasileira, que ainda encontra-se na memória afetiva dos brasileiros, passou em ritmo de videoclipe. Tudo rápido e sem o necessário aprofundamento sobre a vida da comediante. A TV Globo preferiu ceder oito capítulos para a história de um “presidente fictício” em “O Brado Retumbante” e quatro para “Dercy De Verdade”. Erro crasso.
Diante do enorme desafio em retratar a biografia de Dercy em poucos capítulos, fatos importantes foram abolidos, como o abandono de sua mãe ainda criança. Fato que passou despercebido na história. Mesmo assim, a produção mostrou a qualidade do texto de Maria Adelaide Amaral, mestre máxima das minisséries da Rede Globo, e a direção competente de Jorge Fernando. As imagens de arquivo que entraram durante a microssérie foram um grande acerto, principalmente no último capítulo.
Heloísa Périssé e Fafy Siqueira tiveram o desafio de encarnar Dercy. Fizeram bonito. Fafy, que ganhou comentários "irônicos" por lembrar Ronald Golias (Rs..), saiu bem na cena que retratou o fim do programa “Dercy De Verdade” na TV Globo. Aliás, muitos telespectadores mais jovens desconheciam esse capítulo importante da TV brasileira (mérito da obra). O elenco masculino também sobressaiu na produção, especialmente Fernando Eiras, Cássio Gabus Mendes e Tuca Andrada. Quem destoou foi Bruno Boni que interpretou o “ex-todo poderoso” da TV Globo, Boni. Verde ainda.
A classificação indicativa de 16 anos é mais um indício da “onda conservadora” que assola a TV brasileira. Os palavrões, característica de Dercy retratada na microssérie, justificariam tal “orientação”. Absurdo completo. Um jovem de 15 anos não pode acompanhar uma história bonita de superação? Será que crianças e adolescentes não falam e nem ouvem palavrões por ai?
Mesmo com o pouco espaço, Maria Adelaide Amaral fez uma bonita homenagem a Dercy Gonçalves. Deixou o gosto de "quero mais". Sempre é bom manter viva a chama dos artistas que marcaram a cultura do nosso país.
Fabio Maksymczuk