31/01/2022 às 08h40min - Atualizada em 31/01/2022 às 08h34min

Como a alta do dólar afeta o preço das coisas no Brasil

Lucas Widmar Pelisari

Lucas Widmar Pelisari

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Se você tem assistido TV ultimamente, deve ter reparado no telejornal as notícias sobre a alta do dólar, o crescimento da inflação, o desemprego e outras más notícias econômicas. Mas, afinal, será que tudo isso está conectado ou são coisas diferentes acontecendo? Mais importante do que isso: como a alta do dólar afeta o preço das coisas no Brasil? Qual a conexão?

Entender o impacto da alta do dólar no Brasil pode ajudar a compreender uma série de mudanças em nossa economia, inclusive nos impostos pagos por pessoas e empresas. Por exemplo, você sabe o que é ISS? Se não, leia uma explicação neste artigo. Esse imposto é pago com base no preço de serviços vendidos. Se a alta do dólar encarece os serviços, então o imposto vai subir também.

Um exemplo desse efeito é a recente alta do IPVA 2022. Ele ficou bem mais caro porque os carros ficaram mais valorizados, e isso se refletiu no mercado de usados e seminovos, subindo os preços na Tabela FIPE (usada para calcular o IPVA). Por isso, é vital entender como a alta do dólar afeta o preço das coisas no Brasil. Quer saber? Então siga a leitura abaixo!

Como a alta do dólar afeta o preço das coisas no Brasil?

Para entender como a alta do dólar afeta o preço das coisas no Brasil, precisamos compreender como o mercado internacional funciona. Basicamente, cada país tem uma série de produtos que é capaz de produzir para consumo interno e para exportação.

Por exemplo, o Brasil consome bastante conteúdo eletrônico, como consoles, celulares, máquinas avançadas para hospitais e muito mais. No entanto, nós não produzimos muito esses itens. Na verdade, apesar de montarmos alguns videogames na Zona Franca de Manaus, não produzimos muita coisa eletrônica além disso. Então temos de comprar os celulares da China, Coreia do Sul e EUA, as máquinas avançadas para hospitais da Alemanha e os consoles, que não são montados aqui, do Japão e dos EUA.

Em compensação, o Brasil é líder mundial em diversos setores, como na produção de soja, minério de ferro, carne bovina, café e muito mais. Portanto, nós vendemos esses produtos no mercado internacional e compramos aqueles outros que precisamos e não fazemos aqui.

Apenas um parêntese: (o modelo de economia baseado em commodities, que é o do Brasil, traz uma desvantagem óbvia nesse momento. Afinal, os produtos industrializados têm um valor agregado muito maior por unidade, o que faz a diferença na balança comercial).

Então, um exemplo básico que já foi muito comentado nas redes sociais e, inclusive, por políticos no Brasil, é que o nosso país não é autossuficiente em trigo. Nós não produzimos todo o trigo que precisamos consumir. Logo, precisamos comprar no mercado internacional, e essa aquisição é feita em dólar.

Portanto, se o dólar sobe, o preço que pagamos pelo trigo também sobe. Se o trigo sobe, tudo que é feito com ele também sobe: o pão, a pizza, o bolo e por aí vai.

Esse mecanismo acaba atuando em todas as áreas em que o Brasil não é autossuficiente. Por exemplo, na produção de automóveis, são necessárias várias peças que não são produzidas aqui e são importadas. Logo, são compradas em dólar e, portanto, mais caras, o que aumenta o preço do produto.

Sobretudo, o dólar é um mecanismo que alimenta a inflação nacional. Quanto mais ele sobe, mais alguns produtos acabam ficando mais caros no Brasil.

Além de produtos que são comprados no mercado internacional, basicamente todos os outros produtos e serviços do Brasil também são indiretamente influenciados pelo dólar por causa da atual política de preços da Petrobrás.

Isso acontece porque a Petrobrás, atualmente, tem a política de trabalhar o seu preço com base na média do valor do barril de petróleo no mercado internacional. Se o dólar sobe, o combustível também sobe.

Como todo produto ou serviço no Brasil é transportado de carro ou caminhão, todo produto acaba afetado ainda que marginalmente ou indiretamente pela alta do dólar. Portanto, tudo fica mais caro, mesmo aqueles itens que nós produzimos aqui.

Não é à toa, portanto, que a alta do dólar acumulada em 2021 foi de 8% e a inflação acumulou próximo de 11% (pois já trazia um pouco do efeito do dólar de 2020).

O que tem ajudado a aumentar o preço do dólar é a instabilidade da nossa economia, a pandemia do novo coronavírus e o fato de que os investidores internacionais querem colocar dinheiro em outro país.

Agora que você já viu como a alta do dólar afeta o preço das coisas no Brasil, pode ter uma percepção melhor das ações básicas necessárias para se proteger e manter o valor do seu dinheiro, posicionar-se no mercado e agir de maneira estratégica para que a sua empresa não saia prejudicada por causa desse cenário macroeconômico. Há uma previsão de quando a moeda americana vai se estabilizar? Ainda não. Mas enquanto a pandemia continuar e o mercado permanecer instável, o dólar ficará mais alto.

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