17/01/2022 às 12h14min - Atualizada em 17/01/2022 às 12h12min

Stalker: como identificar a doença da perseguição obsessiva

Você sabe ao que se refere o termo “stalker” ou “stalkear”? Por acaso, você já deu aquela espiadinha no celular do seu parceiro? Escutou uma conversa por trás da porta? Atitudes como essas podem ser enquadradas dentro do contexto do stalker e pode se tratar de uma patologia. 

 

Mas calma, quando ela ocorre num grau baixo, o ato de stalkear não representa um problema. Porém, o significado ganha outra conotação quando realizada de forma intensa e constante, podendo representar um perigo muito grande. 

 

Desta forma, é importante entender o assunto de forma aprofundada para compreender a complexidade do tema e os limites sobre o que é saudável e o que não. Acompanhe este artigo do Instituto Brasileiro de Neurodesenvolvimento (IBND) e vamos entender a doença da perseguição obsessiva!
 

O verbo “stalkear”. O que significa?

Originário da língua inglesa, stalkear refere-se ao ato de perseguir. Por sua vez, o stalker, logicamente, é aquele considerado o perseguidor. 

 

Mas se você acredita que este termo é algo atual impulsionado pelas redes sociais, está enganado. Ainda na década de 1980, a expressão era usada para se referir às perseguições que as celebridades sofriam. Mas hoje, no contexto atual, ela é utilizada principalmente a partir das redes sociais, que facilitam essas ações. 

 

As causas psicológicos do stalker

 

Por se tratar de uma prática abusiva, o stalking pode vir a se tornar um grande problema psicológico sem que a pessoa perceba. Por trás deste comportamento, podem se esconder problemas mal resolvidos que precisam ser investigados, seja através de terapias tradicionais ou ferramentas como a Hipnose.

 

Muitos stalkers não são capazes de lidar com perdas e frustrações e podem sofrer um desequilíbrio emocional diante a uma rejeição ou qualquer outro motivo que possa lhe causar insegurança, tristeza ou um sentimento de inferioridade.

 

Desta forma, eles podem se sentir motivados a estarem próximos dos indivíduos que geraram essa reação. Seja pela crença ilusória de retomar a relação, um desejo sádico de atormentar a vítima ou pela identificação psicótica que sente com a pessoa que persegue, por exemplo.

 

Mas, vale ressaltar, que essa perseguição pode acontecer no meio digital, como as redes sociais, ou até mesmo no meio físico, através de perseguições em público. 
 

Mas, afinal, quando stalkear torna-se um problema?

Como fica subentendido, a grande maioria dos stalkers escolhem como suas vítimas, ex-companheiros ou pessoas que não fazem mais parte do seu convívio, como costumava ser. 

 

Algumas hipóteses para este tipo de atitude, apontam a insegurança como o grande impulsionador para este tipo de comportamento perseguidor. Porém, qual o limite desta prática? Quando stalkear torna-se um problema?

 

O que vai definir a gravidade do problema, é a frequência com que as perseguições acontecem. O tempo dedicado à prática é fundamental para avaliar o nível da obsessão. Uma pessoa, por exemplo, que terminou um namoro há mais de 01 ano e continua a perseguir o ex-companheiro pode ser enquadrado como um stalker.  
 

É crime?

Em 1990, nos Estados Unidos, o stalking tornou-se uma prática criminalizada. Este foi o estopim para que muitos outros países adotassem semelhante postura frente a este tipo de conduta, como a Inglaterra, Portugal e Espanha. E o Brasil , muito recentemente, entrou para este grupo. 

 

Sancionada em 31 de março de 2021, a lei 14.132 prevê pena de reclusão de seis meses a dois anos, além de multa para quem cometer este tipo de conduta. 

 

Ademais, de acordo com a nova lei, o crime de perseguição terá pena aumentada em 50% quando praticado contra crianças, adolescentes, idosos ou contra mulher por razões de gênero. Ou no caso de uso de armas ou participação de duas ou mais pessoas.

Todavia, por ter pena prevista menor que oito anos, o crime não necessariamente provocará prisão em regime fechado. Os infratores podem pegar de seis meses a dois anos de reclusão em regime fechado e multa.

A nova lei também revoga o Artigo 65 da Lei de Contravenções Penais que previa o crime de perturbação da tranquilidade alheia com prisão de 15 dias a 2 meses e multa. A prática passa a ser enquadrada no crime de perseguição.

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