10/07/2014 às 14h06min - Atualizada em 10/07/2014 às 14h06min

A fala do amor

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Isabela Gomes

Uma vez paramos para ouvir uma história que a morte quis contar. Agora o Amor pede silêncio, ele tem uma coisa para falar:
- Serei breve. Não renderei nem um livro! Entretanto, ando tão esquecido que é capaz de ninguém notar.  A geração sem rumo me chateia sem parar. Me pegam, me cospem, já não aguento mais apanhar. Já ouvi várias definições sobre mim mesmo, mas a certa se apagou no fundo do quintal. O amor secular de dois anjos em meio a encontros e desencontros é uma historia para se ouvir e fazer pensar. Meu colega, o Amor Passional,  já aposentou há umas décadas. Não é dele que falo. É de mim. Esquecido por quase todos, fui jogado na sarjeta da miséria, no beco dos inválidos. Eu, Amor, tão falado por Cristo, Buda, e Ghandi, por um instante pensei que sempre seria proclamado. Duas flores que se regavam com carinho, hoje morrem pisoteadas pelo exército da crueldade. A morte nós já ouvimos. E que bela história! O Amor ninguém quer. Eu sou o Amor, cuspido e escarrado por aqueles que encontram algo “melhor”. E há? Ouvi dizer uma vez que, se acaba o dinheiro, acaba o amor. Então não era amor. Amor é fogo que arde sem se ver, é contentamento descontente, é lobo que corre para alimentar a matilha.  Amar é querer a felicidade de quem se ama, é viver sem pensar só em grana. Me ama! Não me esquece, não me deturpa! Por favor... Se não for da forma bela que me apresento, não falem. Amor, sentimento nobre e puro, não te faz ciumento, egoísta nem inseguro.
Me salva! Estou em apuros...

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