Katherine Maurente é enfermeira, coach e hipnoterapeuta, ela coordena um hospital e faz isso com excelência. Nós do Gazeta da semana a entrevistamos para saber como foi o processo até chegar ao sucesso e excelência com seus pacientes e equipe.
Gazeta da Semana - Como surgiu a vontade de unir o coaching com a enfermagem? E qual foi a primeira impressão de sua equipe ao vê-la utilizando das técnicas de coaching no trabalho? Katherine Maurente - Eu sou uma pessoa que observo muito o ambiente, observo a maneira das pessoas, e
quando comecei em uma instituição hospitalar para trabalhar, iniciei como diarista, então eu
fui conhecendo todos os plantões, fui conhecendo cada colaborador, as demandas de cada um
e deficiência de cada plantão. Como sempre fui uma pessoa curiosa, conforme eu andava,
observava e ouvia, ia montando estratégias em mente, chegava sempre em casa buscava ler
alguns livros para tirar umas dúvidas. Até que um belo dia, a coordenadora chegou e me disse
que eu assumiria um plantão, pois a enfermeira entraria de férias, a princípio me deu pânico,
fiquei até chateada, pois não queria ser plantonista.
Mas eu aceitei, fiquei em um plantão visto por todos, um plantão com uma equipe problemática, faltosa, mas, não era minha impressão, pois eu já havia visto qual era a demanda, eles eram desmotivados, estavam perdidos em relação a empresa que havia assumido a direção do hospital. Então, fui agindo conforme a
necessidade de cada um, atuando como enfermeira assistencial, sempre dando suporte a minha equipe, agregando meus conhecimentos com os delas. Sempre fui muito humilde e sempre tive facilidade de lidar com pessoas. Mas comecei a ser questionada pela minha coordenadora, pois, eu tinha contato com os técnicos, toda a equipe na verdade, fora do hospital, mas fui muito questionada, e eu sou o tipo de pessoa que ao ser questionada, procuro embasamentos se há algum erro, em código de ética ou em outra coisa.
Ao começar a pesquisar, comecei a perceber que eu estava certa, e até relatei a minha coordenadora, mas a mesma me disse que por experiência isso... que por experiência aquilo... Enfim, tudo isso me deixou pensativa, pois não queria ser como ela, não queria ser assim. Então ao me aprofundar, conheci o coach em
enfermagem.
Não pensei duas vezes para me matricular e ao decorrer dos estudos, fui me apaixonando mais pela maneira em que se lidera de verdade uma equipe. Mais ou menos como eu fazia, mas fui me aprimorando e usando melhores técnicas para ter uma equipe estruturada e unida. E deu muito certo, meu plantão era lindo, eu amava estar ali, eu amava o que estava fazendo, não existia cansaço quando estava com minha equipe, eles me alegravam, eles me emocionavam, eu não tinha falta, não tinha atestado, não tinha atrasos, minha equipe
trabalhava como deve ser feito, em conjunto. Eles me respeitavam, me ajudavam e me passavam tudo.
Mas isso não foi bem visto e fui perseguida, foi essa a sensação que tive, então com o coração partido, em um jogo do Brasil de 2017 eu fiz minha carta de demissão. E percebi, que existem vários pontos de vista, eu respeito o da minha coordenadora na época, mas é o ponto de vista que eu tenho e que eu quero seguir. Pois eu amo minha profissão, amo a equipe em geral de enfermagem e o que eu puder fazer pela união da classe, eu farei.
GS- Como é a reposta das pessoas que são tratadas com hipnoterapia? Katherine Maurente - Meus clientes de hipnoterapia tem uma resposta incrível aos tratamentos, eles parecem outras pessoas após a sessão, pois eu os faço refletir sobre si mesmos, sobre suas vidas, até aquele momento presente, quando eles fazem todas as sessões já veem uma melhora significante em suas vidas, eles passam a ter uma visão diferente de quando entram em contato comigo.
Trabalho sempre de maneira bem individualizada, pois respeito cada ser humano, com seu tempo, suas visões e suas limitações. Na unidade hospitalar, é mais usado para analgesia em caso de tratamentos e curativos. É incrível trabalhar em prol do bem e principalmente do bem-estar físico e psíquico.
GS - Para você quais são as maiores dificuldades de se trabalhar na área da saúde?
Katherine Maurente - As vezes o que me deixa triste, é o fato de sermos uma classe em que trabalha com um processo de humanização, que zela por um tratamento com empatia aos pacientes e seus familiares, mas quando se trata de ter todo esse cuidado entre nós que trabalhamos no hospital, que convivemos até mais tempo juntos do que com nossas famílias, vejo falta de respeito, falta de empatia.
Acredito que a desvalorização profissional acaba nos remetendo a certas atitudes, mas as vezes a desvalorização acaba vindo de nós mesmos, pois quando alguém chega com gás, querendo inovar, querendo unir, é sempre malvista, fazem de tudo para jogar um balde de água fria.
Mas eu sou muito determinada e ninguém vai me parar, nem me calar. Por isso, busco sempre me aprimorar, agora estou fazendo curso de PNL para saber como tratar qualquer conflito, tudo dentro do respeito ao próximo.
GS - Como você descobriu a força da física quântica para usar em suas falas? A união da física quântica em minhas falas motivacionais, se deu através de pesquisas e
estudos científicos da física quântica, pois quando entramos nesse mundo do coaching, PNL,
Hipnose, vemos como a física quântica faz sentido. Não existe nada disso ao meu modo de ver
sem física quântica.
GS- Você crê que seu trabalho de forma indireta tem um cunho espiritual? Katherine Maurente - Antes de conhecer todos esses estudos, eu já era uma pessoa de fé, mas como disse sempre fui uma pessoa curiosa, então não me prendia a todos os dogmas, religiosamente falando, eu acreditava, fazia minhas orações, conquistei muitas coisas, até mesmo estar até aqui, e poder divulgar isso tudo por conta da minha fé.
Agora, entendo mais um pouco sobre fé de fato, acredito que existe um Deus magnífico em que devemos a ele no mínimo o amor ao próximo. Poderia citar inúmeras coisas ao próximo que devemos ter, mas acredito que quando se ama de verdade, já segue as outras sem sacrifícios. Sou muito intuitiva e sensitiva, mas como eu disse, não me limito a nenhuma crença. Eu apenas creio e respeito ao meu próximo.
