13/10/2017 às 11h22min - Atualizada em 13/10/2017 às 11h22min

CONHEÇA CARLA MATOS: A POETISA PORTUGUESA DESCOBERTA EM UMA LOJA DE DEPARTAMENTOS.

A arte está aonde menos se espera. Ela pode estar por todos os lugares: nas ruas, praças, esquinas, e até mesmo dentro de uma loja de departamentos. Gratas surpresas sempre esperam pessoas que tem mente e coração aberto para ir além das aparências.

Nossa equipe, por um acaso, se deparou com Carla Alexandra Matos, que é poetisa por vocação, mas profissionalmente trabalha como promotora de uma marca de TVs em uma loja de departamentos portuguesa. Os seus belos textos falam sobre suas experiências de vida, seus sentimentos e sua trajetória. Carla nos conta que já sofreu muito, e que este foi o catalisador para sua poesia, para sua arte: "Durante o casamento sofri de violência doméstica psicológica e foi aí que comecei  a intensificar mais essa minha vertente de escrita ou como sempre caracterizei de desabafos da alma ... lágrimas silenciosas.”, assim nos relata.

Assim, a transformar sua caneta e papel em transbordos do que pulsa no seu coração, ela nos relata que escreve desde sempre consoante as emoções que vivo no momento. "As junções vão surgindo como se fosse uma cascata em que a água corre e não volta para trás. Sinto essa necessidade”.

A poetisa nos conta que a paixão pelas letras vem de muito tempo, não é algo que surgiu de um dia para o outro, mas que foi despertado em sua infância, tendo crescido a cada dia dentro de si: ”O meu primeiro contacto com a leitura foi feito na infância através dos contos da Anita, ainda hoje uma paixão, seguido pelo livro “Os filhos da droga” de Christiane F. durante a adolescência. Por ser tímida e envergonhada ficava entregue a mim mesma e foi assim que a escrita foi surgindo timidamente na minha vida, através de pequenos poemas que não eram mais que simples desabafos para o papel, e mais tarde escritos de cariz religioso para a igreja que frequentava na altura”.

Carla tem um sonho: publicar um livro com seus escritos, transcender com sua poesia e arte, e viver da mesma. Mas ela nos conta que tem enfrentado grande dificuldade, em um mercado editorial fechado, que demanda grande investimento financeiro. Mas o sonho não está morto, apesar da sufocante realidade: "Já tentei mas as dificuldades são grandes pois não há ajudas e as editoras pedem um valor elevado para a concretização desse sonho. Para mim os livros são jóias, escritos de outros que se tornam pertenças minhas, queria deixar um pouco de mim para os outros”. 

 

Sigo pé ante pé...

No silêncio da noite...
Faço a minha caminhada...
Na simplicidade e nudez humana...
Sou eu ... sem mais...
Nada preciso...a não ser...
A certeza de meu trajeto...
Pleno de confiança...
Sigo pé ante pé...
Na volúpia dos sentidos...
Vou...sigo...encontramo-nos...
Em outro lugar...
Na partida...ou...na chegada...
Sei que um de nós vai lá estar...
Sigo pé ante pé...
Na demagogia de cada passo...
Pedaço a pedaço...firmeza...
Consciência plena...
Toda a pura certeza...
Da grande clareza...
Sigo pé ante pé...
Só...solitária...
É minha natureza...
Num trajecto de rara beleza...

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