08/05/2016 às 15h55min - Atualizada em 08/05/2016 às 15h55min

A Complexidade da palavra MÃE...

Bruna Medeiros - gazeta

MÃE, palavrinha curta, doce, intensa e complexa. Eu creio que a medula desse ser é o amor. É um tanto clichê, mas é inegável que todas as ações delas são movidas pelo senso de cuidar, proteger e amar os(as) filho(as)  e quando digo mães falo das mães de verdade, ativas, presentes que criam seus filhos bravamente, sejam nascidos delas mesmas ou as que assumem o de outra mulher.

Estas mesmo errando, acertam, mesmo brigando estão sendo amáveis, mesmo gritando estão apenas proferindo palavras de carinho. Pois, desde o instante em que descobrimos que existe um ser crescendo dentro de nós, algo muito grande emocionalmente acontece, como se nos jogassem dentro de um carrinho de uma montanha russa e somos rapidamente colocadas no topo da montanha, e dá medo, da emoção, nos questionamos o que estamos fazendo aqui? E agora vai cair? Vou sobreviver? E exatamente na mesma fração de segundos que o carrinho da montanha desce desembestado nossos sentimentos são substituídos, o medo vai embora, a insegurança e ai incerteza também e dão espaço a euforia, alegria, adrenalina de sentir o SIM eu serei Mãe! Eu já sou uma Mãe. E relaxamos um pouco nessa sensação como quando descemos da montanha russa, uau que demais eu sobrevivi e quero mais!

 E passado esse turbilhão da descoberta, começa um maremoto interno e passamos a sentir as mudanças, tudo, absolutamente tudo muda, por mais que não mude algumas coisas a sensação é que até os pelinhos dos nos braços mudaram. Obviamente que nosso corpo e emoções mudam bastante a ponto que eu costumava dizer para uma grande amiga que cuidou muito dos meus enjoos e paranoias: - “Rose eu estou vivendo em um corpo que não é meu!” Porém mais ainda que isso o nosso caráter muda. Nossa visão de mundo muda, o nosso amor em nossas mães e pais, a nossa fé, nossos projetos e sonhos o nosso mundo muda sem que saímos de lugar. E posso falar, no final do primeiro ciclo tudo isso é muito bom. Porque cada centímetro crescido, cada batimento cardíaco que escutamos, ah e cada chute e soluço são inenarráveis, é mágico. Mesmo com todos enjoos, vômitos, choro por conta das emoções bagunçadas o balanço geral é bom! E então todas as essas sensações deliciosas e sofridas da gestação são concretizadas quando escutamos aquele primeiro choro! Ahhh as lágrimas escorrem e somos jogadas nesse instante diretamente para o céu, e ao momento de ver e tocar pela primeira vez somos colocadas no colo de Deus. Somos cocriadoras da sua obra, Ele por seu infinito amor nos dá essa honra imerecida de participar da criação de seus seres. Damos existência a um ser semelhante a nós, complexo como nós em cada átomo de seu corpo, e ele é nosso. Sim nosso, todinho nosso. São criados para o mundo, para viver e voar, mas sempre serão nossos, independente da parte do globo terrestre que estarão, são uma parte, um pedaço de nós e sem eles por perto independente de qualquer companhia ou situação estamos um tantinho incompletas, mesmo isso sendo uma regra básica do processo. Jamais teremos uma ligação, uma conexão com outro alguém como temos com eles e por mais que seja mais de um filho, com cada um é único. Amamentar, cuidar, ninar, ver o primeiro sorriso, é gratificante, é recompensador, é divino, mesmo pelas inúmeras dores que sentimos no parto normal ou no pós da cesárea, ou no momento que o seio racha e sangramos literalmente para amamenta-los, tudo é amenizado e vira recompensa, mesmo as incontáveis noites de sono que perdemos por conta das enlouquecedoras e intermináveis cólicas e eventuais doenças, mesmo se abandonamos emprego, carreira e até pessoas tudo vale a pena ao som da primeira palavra proferida, do primeiro eu te amo que escutamos e por ai vai.

E tudo isso é a narrativa da maioria de boas mães que ao gerarem e dardem a luz a um ser, e que para mim foi fácil narrar dessa maneira, pois é a minha experiência, entretanto ainda vamos além existem as mães que escolhem por duas vezes que serão mães. Escolhem por desejo, sonho e instinto e escolhem que serão mães a qualquer preço mesmo que o preço seja ser uma mãe não biológica, e estas assumem valentemente todo o papel que segue nessa incrível jornada mesmo sem terem gerado, sem terem amamentado, sem terem sentido a mágica e o turbilhão da gestação elas bravamente criam, amam, lutam e se entregam por filhos que não saíram de seus ventres e incrivelmente alcançam o mesmo nível de amor como o nosso ou até maior que geramos os nossos filhos, alcançam o nível que muitas vezes aquelas que sentiram toda a mágica da gestação foram incapazes de desenvolver. E a estas mães todo o meu respeito e infinita admiração.  

Nada é fácil, porém tudo é mágico! Ser mãe é realmente padecer no paraíso, ser uma boa mãe é simplesmente dar amor incessantemente, o resto é consequência, pois o amor verdadeiro é um sentimento, nobre, santo e perfeito, porque assim como diz um livro que eu acredito muito, Deus é amor.* E ser mãe é personificar mesmo que de forma falha esse amor divino. E essa personificação é alcançada obviamente por essa dádiva divinamente nos concedida, mas também graças as nossas próprias mães. Ah eu tenho o privilégio de ter uma Mãe que verdadeiramente é a personificação desse amor que citei acima, ela me ensina e me faz enxergar que é realmente tudo isso e ainda ter a sensação que nunca alcançarei o nível dela, pois a entrega dela por nós filhas e pela neta é incontável.

Tenho dentro de mim uma imensa gratidão por ser filha de uma mãe que transborda amor e entrega e por ter tido o privilégio de ter dado a luz a uma menina incrível e poder narrar com propriedade todo esse amor e as dores de padecer nesse fantástico paraíso.

Gratidão e amor são as palavras desse dia.

Feliz Dia das Mães!!!

Beijus*

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