Olhando superficialmente, trata-se apenas de um jogo de 11 contra 11, com todos tentando colocar a bola dentro do gol. Podemos enxergar além. Podemos ver o contexto que envolve um jogo desde muito antes da partida em si. Rivalidades (pré)existentes entre os times ou até mesmo entre jogadores dos times; circunstâncias do campeonato, contusões, importância do jogo, tabus, estádio, torcida, disputas pessoais, clima… os personagens são muitos e, assim como na vida, o imprevisível está sempre presente.
A carga dramática que uma partida pode adquirir é enorme e, afinal, é o que a torna deliciosa. Vale um post só pra falar de cada um desses jogos, mas Espanha x Paraguai ou Uruguai x Gana, ambos da última Copa, são dessas partidas que mostram como o futebol é uma metáfora da vida. A inversão de expectativas e a variedade de caminhos possíveis permeia tudo.
Podemos prever que um profissional bem preparado tenha boas chances de se sair bem na entrevista de emprego, mas… e o acaso? O humor do entrevistador, o acidente no caminho para a entrevista, o charme daquele outro candidato que não era tão bem preparado, a gripe que resolveu te pegar na véspera… Você domina o jogo, mas… um contra-ataque rápido, uma bola “vadia”, um desvio no “morrinho artilheiro” e tudo vai por água abaixo. Quantas vezes já vimos isso?
Circunstâncias mudam uma vida, mudam um jogo. Você faz tudo certo, mas o acaso te dá um drible e te deixa no chão. Claro que vale a pena ter um time bem treinado, um bom elenco, um técnico vencedor, a equipe dedicada; só não dá pra esquecer que a Teoria do Caos pode entrar em campo e mudar o resultado do jogo.