19/08/2015 às 09h57min - Atualizada em 19/08/2015 às 09h57min

Priscila M. Palmeira

Escritora

Thiago Santos

 Thiago Santos: Quem é o ser humano Priscila M. Palmeira?

 Priscila M. Palmeira: Uma sonhadora. Alguém que não perdeu sua alma infantil e não deixou de acreditar nas pessoas. Sensível aos sentimentos, ligada à família por um amor que não cabe no peito. Temente a Deus acima de tudo.

 

 Priscila?

 Prazer, eu. A escritora, a poetisa, a pianista.

 Priscila das palavras, dos sons, da vida. Encontrando-se nas linhas que escreve, nos mundos que cria, nos teclados que compartilham com seus dedos o segredo dos sons que criam e recriam as belas músicas.

 

 Pianista desde os nove anos de idade? De alguma forma a musica direcionou seu gosto pela arte criativa por meio da escrita?

 Ganhei meu piano aos nove anos, mesma época em que ganhei meu primeiro livro. Não sei se a música de alguma forma influenciou, uma vez que pensei em me tornar escritora aos 15 anos e comecei, de fato, a escrever aos 23.

 Mas a arte sempre me atraiu de forma muito intensa, não apenas a escrita e música, mas artes plásticas de forma geral, até mesmo artesanato ( que aliás amo fazer) toda expressão humana, em todas as manifestações, música, dança, poesia, arquitetura... Enfim, me seduz indescritivelmente.

 

 Como se deu e o que sentiu diante o primeiro momento em descoberta quanto a leitura?

 Aos nove anos, como já mencionei, ganhei meu primeiro livro intitulado “O Menino do dedo verde”, de Maurice Druon, e eu senti algo que abriu minha mente de forma espetacular. Não imaginava que em um livro eu poderia visualizar um mundo tão rico e personagem tão reais.

 Era para uma prova, eu teria que ler e depois seriam aplicadas perguntas sobre o livro, e eu o li diversas vezes até o dia do exame, que aliás me sai muito bem.

 

 Quais sensações lhe tomaram diante as primeiras palavras escritas por você mesma?

 Imensas. Acho que todo escritor é tomado por uma onda de mix de sentimentos, a começar por uma euforia em saber que, poxa, você escreveu alguma coisa, você criou alguma coisa, depois vem um temor de como isso será recebido? As pessoas vão gostar? Vão se identificar?Vão compreender o que eu quis passar, o que eu senti, o que eu criei?

 

 Crônicas de Silbery?

 Meu primeiro livro. Eu tenho um carinho muito especial por esse conto, essa crônica, porque na época que o escrevi meus filhos eram pequenos e, embora sejam todos meninos e as personagens principais são meninas, eu pensei neles ao elaborar a trama e queria criar um mundo de fantasia para eles, para que eles mergulhassem no mundo que criei como eu mergulhei ao ler meu primeiro livro.

 Quatro irmãs que descobrem uma passagem secreta para outro mundo e são vistas pelas criaturas desse mundo como suas salvadoras, as prometidas que a profecia mencionou. Discordando dessa ideia, elas só querem partir, mas voltar para casa não será tão fácil quanto imaginam.

 

 Uma perda que resultou num belo viver?

 A perda material foi grande, mas nada comparada à perda do pai anos antes. Mas toda perda nos leva a refletir sobre a complexidade da vida e as prioridades que damos às coisas e pessoas, e foi assim que Raquel, a mãe, superou um sentimento de mágoa e colocou a segurança e conforto das filas em primeiro lugar.

 

 O Vale da Morte?

 Segundo livro de minha autoria que me trouxe também muito prazer porque é um tema que também me atrai. Bruxas, luta entre o bem e o mal e uma boa trama e suspense.

 O Vale da morte é o local onde será realizado o grande sabbatum, festa das bruxas onde será realizado o ritual em que quatro virgens serão sacrificadas para a renovação dos votos.

 Porém as caçadoras precisam descobrir o local exato do Vale da morte antes que seja tarde, mas no caminho se deparam com perigos e situações, como um cigano misterioso que quer descobrir seu passado assombroso e um ferreiro que tem sede de vingança pela morte da mulher.

 

 O que as cinco caçadoras tem em comum com o ser humano em sua vivencia quanto aos dramas existentes no mundo real?

 Na verdade são três caçadoras e com o desenrolar da história surgem mais dois.  São pessoas por sentimentos de justiça de proteção aos mais fracos, mas também vingança pelas perdas drásticas, insegurança e medo sobre estar no caminho certo e fazendo o que se é certo.

 Pessoa que tem uma história, mas que tenta não se deixar influenciar por suas razões e que muitas vezes entram em conflito sobre o que é certo ou errado.

 

 Em suas obras se percebe todo um teor voltado ao fantástico mundo tomado de aventuras. Essa é sua marca maior?

 Sim. Sempre me identifiquei com o mundo fantástico. Talvez pelo fato de ser sonhadora e ter essa alma infantil como já mencionei.

 Crio fantasias para me libertar do mundo real, muitas vezes chato e repetitivo. E é isso que espero que aconteça com quem ler minhas obras.

 

 Não posso deixar de saber o que sentiu ao se deparar com os livros e neles seu nome e sobrenome caracterizando sua graça como autora dos mesmos.

 É incrível. É como ter um filho. É sua marca, é sua criação, foi gerado de dentro de você e colocado para fora através de você.

 Pessoas saberão de sua história, entrarão no mundo que você criou e isso será eternizado em cada pessoa que experimentou esse sentimento e leu essa sua criação.

 

 Nos fale dos seus projetos atuais e futuros!

 Estou com meu segundo livro a ser lançado, que é o Caçadores – O vale da morte, e que será lançado dia treze de setembro na Bienal do Rio, das 11:30 ás 13:00 horas, porém os leitores poderão encontrá-lo todos os dias da Bienal no estande da Ler editorial, pavilhão azul F14.

 Estou escrevendo meu terceiro livro, sob o título provisório Remanescentes é que é sobre um apocalipse zumbi no mundo, mas a história acontece aqui no Brasil.

 

 Para finalizar, se importa em expressar palavras que se tornem sinônimo de inspiração para o amigo leitor que também deseja viver em prol da arte? E também uma frase que seja capaz de descrever o que você sente por fazer algo que muito ama?

 Não acredite que você não é capaz. Nunca.

 Toda realização de um sonho, seja ele qual for, é à base de muita luta, muito esforço e muita dedicação, mas quem disse que sonhos não se realizam?

 Acredite em você mesmo que ninguém mais acredite, porque Deus acredita em você.

 Um beijo carinhoso

 Priscila M. Palmeira

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