21/07/2015 às 09h47min - Atualizada em 21/07/2015 às 09h47min

Halice FRS

Escritora

Thiago Santos

 Thiago Santos: Quem é o ser humano Hermínia Paula F. R. dos Santos?

 Halice FRS: Alguém realista, mas que não desiste antes de tentar e insiste no que for se acreditar que pode dar certo. Nascida em Santos, atualmente moro em São Vicente. Além de autora, sou artista plástica, casada, sem filhos. Por anos dei aula de pintura em tela e desenho artístico. E o que era profissão virou hobby. O gosto pela escrita voltou com força e hoje toma a maior parte de meu tempo. Nas horas vagas vou ao cinema ou à casa de parentes e amigos. Caso não saia, leio um bom livro.

 

 Halice?

 Nome escolhido para ocultar uma autora iniciante, ainda receosa em postar em comunidades do extinto Orkut. Quando a possibilidade de publicação surgiu, cogitei usar meu nome, mas o pseudônimo tinha ganhado força. Os leitores conheciam a Halice, não a Hermínia Paula, portanto o mantive.

 Contudo, independente do nome escolhido, tudo se deu como ansiado depois que amigas leitoras me fizeram crer que deveria arriscar a sair da zona de conforto. Aprecio a pintura, mas a escrita me realiza. É animador criar tantas outras vidas e compensador poder fazer sonhar, transportar o leitor para outros lugares, tornando-o às vezes em investigador ou no amigo que torce pelo melhor final para os protagonistas.

 

 Imagino que o amor pela arte da escrita tenha começado nos muitos anos exercendo outra arte fantástica, leitura?

 Eu não saberia dizer o que me encantou primeiro. Tenho a impressão de que sempre fui apaixonada pelas duas. E faz sentido, pois se completam. Não me recordo da vez que reclamei de uma aula de redação. O que diminuía meu entusiasmo era ter um tópico, pois preferia os temas livres.

 Nesse ponto entra o gosto pela leitura, no meu caso, teve início com romances de banca e evoluiu para Jorge Amado, Érico Veríssimo, Eça de Queirós, Sidney Sheldon, Janet Dailey. A variedade de enredos e estilos desses e de outros autores mantém as mentes ativas. Em outros universos encontramos novas possibilidades para romances: impossíveis, fantásticos ou sobrenaturais.

 Amo filmes, mas acredito que a leitura seja a maior responsável por avivar nossa imaginação, pois não temos o estimulo visual. Ao ler, toda ação se passa na nossa cabeça. Sem contar que conhecemos o Brasil e o mundo no conforto da nossa casa. É algo extraordinário, de fato apaixonante.

 

 As primeiras palavras foram em que fase de sua vida?

 As primeiras palavras a formarem um enredo vieram aos 15 anos. Aparência Perigosa é um romance policial despretensioso, escrito em caderno de capa dura que eu emprestava aos colegas de classe sempre que atualizava os capítulos. Tenho planos de reescrevê-lo, sob a óptica da experiência adquirida ao longo dos anos. Foi o que fiz com Enigma, que estava esquecido junto aos outros. Nesse caso mantive apenas a ideia básica, um padre que se apaixona pela filha de um pescador. Todo o resto que dá corpo à história e às personalidades de ambos foi mudado.

 

 Leitores assíduos se tornaram inspiração para o todo de sua escrita?

 Quando decidi voltar a escrever e passei a postar as histórias no Orkut, as primeiras leitoras foram fundamentais para que eu desse seguimento. Era basicamente como no tempo da escola. A cada capítulo recebia os comentários, elogios e os pedidos pela continuação. E assim o número de leitoras foi crescendo, aumentando também a confiança de que eu poderia fazer mais.

 

 Todo seu esforço logo resultou numa série?

 Sim, a série Amor Imortal, postada nas comunidades com o nome Obsession - Beaten by Love. Em seguida veio a trilogia Enigma. Foi por acreditar que poderia seguir outro caminho que eu procurei pela editora que se interessou por Enigma I e II, e publiquei outros textos no Amazon. Hoje, através do site, consegui novas leitoras e também leitores fiéis que gostam dos meus romances. Para mim, é a realização de um sonho. 

 

 Quantos textos ao todo?

 Onze. Tenho a série Amor Imortal, subdividida em: Obsessão, Doce Sedução, Rendição e Eterna União. Trilogia Enigma: Segredos & Mentiras, Pecados & Danos. Proibido pra Mim e Perfeita pra Mim, pontos de vista da mesma história, feminino e masculino, respectivamente. Teoria do Amor e Guarde-me para Sempre, livros únicos. E Encontro Final, conto. Todos no formato e-book.

 

 Nos fale sobre seu conto!

 Encontro Final é o único conto que escrevi. Gosto de histórias longas, mas acredito ter conseguido passar o recado em um texto sucinto. Tenho um carinho especial por essa história. Quando fui convidada a participar da Antologia Lembranças pela autora Silvia Fernanda, considerei-o perfeito para o tema. Além da Silvia, participam da Antologia: Maribell Azevedo, Mari Scotti, Tati Oliveira, Andréa Titericz e Lily Gomes.

 

 Por que histórias longas?

 Em textos mais elaborados tenho espaço para desenvolver os temas, sendo séries ou únicos. Hoje primo por enredos que comecem e terminem em um livro. O que não impede que outra série surja algum dia, pois nunca sei com exatidão até onde os personagens vão me levar quando lhes dou liberdade.

 

 E seus leitores podem esperar por outros títulos em livros físicos?

 Sim. Por minha vontade todos viriam nesse formato, mas no momento tenho apenas um romance, autopublicado. Em setembro virá Guarde-me Para Sempre que está em processo de publicação aos cuidados de Cátia Mourão a ser lançado na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, no Estande da Ler Editorial. No evento serão lançadas também as obras de Tatiana Amaral e JC Ponzi, duas divas da literatura nacional.

 

 Guarde-me Para Sempre?

 Guarde-me Para Sempre narra a história de Joanne Reeves, uma mulher independente, saída de um casamento fracassado. É bonita, porém não desperta o interesse masculino. Isso até conhecer Keeron, um homem misterioso que se mostra atraído desde o primeiro instante, Joanne o corresponde, porém algo o impede de ficar com ela como claramente demonstra querer.

 Descobrir qual obstáculo os separa é o que prende o leitor à trama.

 

 Conte sobre o romance autopublicado.

 Proibido pra Mim é minha primeira aventura solo. Esse romance narra o envolvimento de um casal que diverge em idade. Norah Mendes descobre que Caio Ressali, amigo de seu filho, 17 anos mais novo, é apaixonado por ela.

 Para viabilizar a autopublicação, contratei uma revisora profissional e contei com a ajuda da Jéssica Gomes e da Thais Lopes, da Magic Capas, para a diagramação e capa. Sou suspeita, mas considero que ficou lindo.

 Nessa fase inicial as vendas são feitas por mim, através de e-mail, porém já estou em contato com algumas livrarias. Caso o resultado seja satisfatório, pretendo investir em outros textos.

 

 Quando você se depara com a lembrança de que hoje possui diversas obras escritas lhe vêm quais outros pensamentos?

 Por que não segui por esse caminho antes? É a pergunta que me ocorre. No entanto tenho consciência de que esse tempo logo dos textos foi fundamental para que produzisse romances maduros, nos quais posso aplicar a experiência, o conhecimento adquirido. Enfim, apesar de realmente preferir ter começado antes, vale a máxima de que tudo acontece no tempo certo. Meu momento é agora e trabalho para que dure. 

 

 Nos fale dos seus projetos atuais e futuros!

 A cabeça vive cheia de ideias, mas atualmente me dedico ao lançamento de Guarde-me para Sempre pela Ler Editorial, às vendas do livro físico Proibido Pra Mim e à publicação de Perfeita Pra Mim, na versão digital.

 Paralelamente estou finalizando o romance histórico, Borboleta Negra, e escrevendo o último livro da trilogia Enigma, Verdades e Consequências (subtítulo provisório). Espero lançar os dois ainda esse ano.

 

 Para finalizar, se importa em expressar palavras que se tornem sinônimo de inspiração para o amigo leitor que também deseja viver em prol da arte? E também uma frase que seja capaz de descrever o que você sente por fazer algo que muito ama?

 Viver em prol da arte é difícil, não impossível. Não há resultados imediatos, mas tem como se dedicar paralelamente ao trabalho, família e lazer com boas chances de obter retorno. A literatura nacional vem ganhando força e vários bons autores têm se destacado. Se o leitor acredita ter potencial para tanto deve se aventurar. Mas não basta escrever o que lhe vem à mente. Uma boa sinopse e dedicação são fundamentais, assim como pesquisas constantes e algum conhecimento sobre o tema abordado.

 Experiências pessoais também ajudam a compor um perfil. O que não significa necessariamente que o personagem deva ser uma cópia do autor. Personagens devem ser livres para contarem a própria história e quem lhes dá a vida precisa ser fiel às características que cada um apresenta, controversas ou não.

 Quando acreditei em meu potencial, foram esses os passos que segui e até aqui posso dizer que tem dado certo. Uma frase que melhor expressaria o que acredito é: o que vem fácil vai fácil. Amo o que faço, sou grata a todos os leitores que me incentivam com avaliações positivas, recados na TL e e-mails, mas mantenho os pés no chão, dando um passo de cada vez.

 Caso aconteça o reconhecimento por parte do grande público, este será para sempre.

 Meus contatos:

 E-mail:

[email protected]

 Página no Facebook:

https://www.facebook.com/pages/Halice-FRS/1568998479981145

 

 P. S.: Thiago, quero agradecer a oportunidade de me apresentar aos leitores da Gazeta da Semana. Foi um imenso prazer conceder essa entrevista. Sucesso para nós.

 Muito obrigada! 

 

 

 

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