14/07/2015 às 08h35min - Atualizada em 14/07/2015 às 08h35min

Milene Haddad

Produtora e Atriz

Thiago Santos

 Thiago Santos: Quem é o ser humano Milene Haddad?

 Milene Haddad: Não gosto de me definir, mesmo porque somos tantos em nós e em constante movimento, transformação. Então é mais um “Estou” do que “Sou” acho mais honesto, sincero... Estou sempre me observando através do outro, o outro sempre me mostra como estou e como lidar comigo naquele momento... Você consegue me ver através do meu trabalho, nos meus filhos, meus personagens, no que escrevo, no que falo e mais ainda no que não falo, no meu silêncio... O mais bacana mesmo é me ver e sentir o quanto pode se ver em mim e o quanto posso me ver em você... Somos Espelhos de Alma... Mas se existem palavras para expressar algo de mim elas são: Intensidade e Liberdade.

 

 No decorrer de sua vida já era notório o desejo em seguir pelo fantástico caminho da arte ou a escolha foi de momento?

 Até os 40 anos eu não tinha ideia que um dia me tornaria atriz. Uma delícia isso sabia? Sempre gostei de cantar, desde pequenininha já adorava cantar, mas nunca pensei em fazer do cantar uma profissão, era algo tão distante da minha realidade que simplesmente não pensava. Mas também não tinha nenhuma profissão que realmente desejasse. Conheci o pai dos meus filhos quando tinha 16 anos, me casei com 22, tive meu primeiro filho aos 25 e o segundo aos 32. Eu tinha uma vida muito confortável, financeiramente muito próspera. Casamento e maternidade eram desejos reais de vida pra mim e tive sim um casamento de princesa, uma vida de Rainha. Meu ex-marido é ótima pessoa e sua família uma delicia. Amo todos eles profundamente. Mas eu sentia uma agitação interna, me faltava algo e não fazia ideia o que. Hoje entendo... Aos 39 anos nos separamos e conheci uma pessoa que me abriu portas a uma mudança 360º na minha vida. Eu sempre soube que precisava buscar minhas coisas, mas não fazia ideia do que. Fé é o maior dos sentimentos... Me deixei levar pelo que sentia ser o certo e fui me lançando aos convites que me surgiram: “Precisamos de Alguém que cante para um personagem em uma Comédia Musical”: Fui; “Você canta? Vá fazer teste de Locução”: Fui. E assim comecei e não parei mais. Este ano em Outubro completo 10 anos de carreira, no dia 28 de outubro de 2005 subi pela primeira vez no palco do Teatro São Pedro com a comédia musical “A Senhora que Fazia Tortas” da Companhia Ciabatta de Teatro com Direção geral e texto: Marcos Lopes.

 Composições, arranjos e direção musical: Daniel Reginato.

 Direção cênica: Ximena Araya/Juliano Gubolin.

 Preparação vocal: Glaucivan Gurge.

 

 Terminada a primeira apresentação o que sentiu?

 Uma adolescente que finalmente começa a vislumbrar algo novo na sua vida... Eu sentia uma alegria tão grande por estar realizando algo que provinha de um talento que eu não sonhava, nem imaginava que tinha...

 

 Compartilhe conosco as emoções que lhe tomaram quando recebeu em mãos o roteiro retratando seu primeiro personagem!

 Na época eu não tinha a noção que hoje eu tenho. Tudo pra mim era naquele momento descoberta, brincadeira mesmo, havia um frescor delicioso... Eu não tinha a noção de responsabilidade que um ator sente ao assumir um personagem. E sabe que foi bom? Hoje ainda trago comigo este frescor, é algo que não vou abandonar nunca... Ainda sou aquela adolescente de 40 anos rsss... pegando seu primeiro roteiro e se deliciando, se divertindo... Sempre falo para os meus filhos que o nosso trabalho DEVE SER nossa maior diversão! E como sou responsavel viu! Rsss...

 

 Cantou e atuou?

 Sim. Em a “Senhora que Fazia Tortas” eu cantava e atuava. Nesta montagem os personagens eram invertidos, homens interpretavam mulheres e vice-versa, meu personagem era um produtor de TV metrossexual o Rodrigão hahahaha... Uma delícia!

 

 O quanto é importante para um artista no processo de qualificação lhe dar com grandes mestres?

 Sempre tive muito respeito e admiração por todos os Mestres que tive e cada um deles me deu algo de especial que trago comigo, seus ensinamentos estão arquivados e lanço mão deles quando preciso e no trabalho que preciso. Eles foram e são a base do meu trabalho, digo sempre que não quero ser uma atriz e sim A Atriz! Sou ambiciosa e minhas referencias  são grandes atores e atrizes, um destes mestres uma vez me disse para nunca deixar de buscar a excelência em meu trabalho, então este é meu norte: Nada menos que a excelência!

 

 Sua carreira até o momento já foi premiada com um total de sete curtas-metragens?

 Sim. Quero atuar em todas as áreas e cinema também é uma paixão, adoro a linguagem, o processo do trabalho é sempre muito prazeroso. Estou em dois projetos incríveis para festivais internacionais.

 

 Quanto lhe é precioso este mundo da arte diante do todo de sua vida?

 Eu respiro arte, estou o dia inteiro envolvida com arte, não vivo sem... Nos momentos mais delicados da minha vida eu digo que a arte me salvou... Quando perdi meu pai adoeci e quase desisto, meu querido Marcos Lopes insistiu para que eu fizesse “Jeremias não quer mais Sonhar”. Tenho uma eterna gratidão a ele... O Teatro me resgatou... A arte me tornou uma pessoa melhor, mais feliz, sou uma mãe melhor, digo que educo por modelo e sinto que sou uma referência para meus filhos, que eles tem admiração por mim. Aos 40 anos dei uma reviravolta na minha vida e foi através da arte que encontrei meu caminho. Amo minha profissão do fundo das minhas entranhas e esta é a herança que deixo para os meus meninos, buscar uma profissão que sintam este amor, este prazer, que seja sua grande diversão... Isso faz um mundo melhor! Se cada um de nós construir seu mundo melhor, juntos promoveremos sim a tão desejada mudança que tanto se lê e ouve nos noticiários e redes sociais. O meu mundo melhor encontrei na arte.

 

 Sua graça também é locutora?

 Sim. Me ensinaram a sempre abrir o leque de opções na vida, quantas coisas podemos executar com uma única função? Por cantar acabei enveredando também para a locução, que é uma delicia também. Geralmente gravo em casa e envio tudo por e-mail, fiz duas campanhas políticas inteiras assim. Trabalho até de pijamas hahahahaha...

 

 Para finalizar nos fale dos seus projetos atuais e futuro!

 Estou em vários projetos para o teatro e com companhias diferentes, uma loucura e uma delícia também. Este mês acabou a temporada de seis meses com “O Caso dos Dez Negrinhos” de Agatha Christie em sua primeira montagem oficial no Brasil com a Companhia London; Ainda com a London já iniciamos as leituras de uma outra montagem “A Importância de Ser Prudente”  de Oscar Wilde com estréia prevista para outubro; com a Companhia O Palco Meu, a peça “Eu Quero é Pecar” com texto e direção de Jean Dandrah com estréia em 17/07; Ainda com direção e texto adaptado por Jean Dandrah em um projeto na Oficina de Atores RosinaPagan a montagem de 60 Minutos. Assim  uma adaptação de contos de Nelson Rodrigues; Coma Great Dane Prod2 do Diretor Dinamarquês SorenHellerup além de atuar em quatro de suas montagens: “O Outro Lado do Amor” Texto e Direção de SorenHellerup, e outras com textos de: Lonesco, Strindberg e Ibsen, faço Assistência de Produção em todos os projetos.

 Este ano gravo dois curtas-metragens para festivais internacionais: Quebra de Conduta com Texto e Direção de Emanuel Brauna( Festival de Cannes) e Correntes com Texto e Direção de Alessandro Vecchi( Festival de Berlin). Ufa! É isso, estou com bastante coisa sim! Mas Adoro! Meu trabalho me da vida, sou feliz assim!

 Evoé

 Estão mais do que convidados para acompanharem do meu trabalho. Obrigada!

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