22/12/2023 às 09h21min - Atualizada em 22/12/2023 às 09h21min

Mercado deve incentivar investimento em empresas que valorizam a sustentabilidade

Lucas Widmar Pelisari

Lucas Widmar Pelisari

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Para além de lucros, receitas, ativos e passivos, outros fatores têm sido colocados na balança pelos participantes do mercado financeiro na hora de escolher suas aplicações. Numerosos e mais preocupados em apoiar negócios comprometidos com as boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), os atuais investidores têm pressionado as empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3) a criarem novas métricas associadas ao tema.

 

Para aqueles que direcionam seus recursos em investimento renda variável, como ações, commodities, opções, fundos de investimento, títulos públicos e outros produtos financeiros, considerar a pauta ESG é essencial. O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), indicador de desempenho de organizações comprometidas com a sustentabilidade, valorizou mais de 220% desde sua criação em 2005. Especialistas afirmam que o crescimento de índices como esse reflete um significativo fluxo de investimentos em empresas sustentáveis.

 

Pesquisas recentes da Bloomberg Intelligence estimam que fundos de investimento de agenda ESG devem atrair mais de US$ 50 trilhões até 2025. Os dados indicam que a adequação à capacidade de gerar valor socioeconômico e ambiental ao mercado, para além de uma tendência, passa a ser um requisito de competitividade cada vez mais frequente. 

Tendências corporativas e desafios das práticas sustentáveis

 

O conceito de ESG é usado para definir boas práticas empresariais que levam em consideração critérios que cuidam dos impactos ambientais de uma empresa, de sua relação com a sociedade e de seus parâmetros de governança – responsáveis por verificar a transparência e a equidade entre a companhia e seus acionistas. A pauta tem sido adotada por investidores e corporações como uma maneira de avaliar seu impacto socioambiental e ajudar na tomada de decisões sobre investimentos mais alinhados a princípios éticos e sustentáveis. 

 

A ideia principal, portanto, é que companhias que integrem essas práticas estejam mais protegidas contra riscos externos, como mudanças regulatórias que possam resultar em multas e sanções, principalmente se houver uso excessivo ou agressivo de recursos naturais ou causar desastres ambientais.

 

Para se ter uma ideia, de acordo com estudo da Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), 87% das companhias participantes dizem que passaram a se envolver e a conhecer mais a área de relações com investidores (RI) no que diz respeito aos temas ESG no último ano. A mesma porcentagem afirma ainda que passou a abordar questões ambientais ou sociais em reuniões de conselho administrativo. Além disso, a expectativa de aumentar o orçamento direcionado a essas práticas foi mencionada por 60% dos participantes.

 

A necessidade de novas formas de comunicação e a padronização de dados, contudo, são citados como desafios por muitas empresas. Mais de 60% ainda não contam com pessoal especializado ou com experiência em ESG, mesmo com o avanço do tema, registrando uma lacuna em suas áreas de RI. 

Índices orientam na construção da carteira de investimentos sustentáveis

 

No cenário financeiro brasileiro, diversos índices têm ganhado destaque entre investidores interessados nas práticas ambientais, sociais e de governança. O Índice S&P/B3 Brasil ESG, por exemplo, é uma carteira teórica abrangente que avalia o desempenho de empresas a partir de critérios de sustentabilidade, conforme as pontuações ESG da S&P DJI. 

 

Outro índice relevante é o pioneiro Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), criado em 2005. Desenvolvido para apoiar investidores na escolha de aplicações, promove práticas que envolvem sustentabilidade, eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Ele conta com uma carteira de ativos das 200 empresas mais negociadas na B3.

 

Além desses, o mercado conta com o Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3), que desde 2010 atua como um incentivador das discussões sobre questões climáticas no Brasil, e o Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT B3), que se destaca por elaborar uma carteira hipotética composta por ativos de empresas preocupadas com governança corporativa. 

 

Para realizar investimentos em ativos com foco em ESG, é preciso considerar os índices como diferenciais para escolher entre as empresas que recebem esses selos de reconhecimento. Além disso, segundo recomendações do blog da B3, é importante avaliar se a aplicação se enquadra ao perfil de investidor, especialmente se a ideia for investir a longo prazo, já que a estimativa é que a Bolsa continue a reforçar essas tendências nas próximas décadas, bem como as questões relacionadas a ela.

 
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