02/04/2015 às 14h44min - Atualizada em 02/04/2015 às 14h44min

Ulisses Alves

Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor. Johann Goethe

Thiago Santos
Thiago Santos

 Quem é o ser humano Ulisses Alves?

 Desde criança sou muito reservado. Se me deixassem sozinho, eu brincava muito bem. Minha imaginação era minha melhor companheira. Sou assim até hoje, adoro ficar sozinho. Mas nunca fui anti-social, sempre me relacionei muito bem com todos. Mas hoje, adoro ficar sozinho com meus pensamentos sempre que possível. Sou extremamente nostálgico, levemente desatento e muito ansioso. Há quem afirme, aliás, que eu não sou desse planeta. E eu confesso que às vezes olho pro céu, à espera da minha carona. Haha

 

 A prática da leitura influenciou você de alguma forma para que mais tarde viesse se tornar um escritor?

 Na verdade não. Por ter uma certa dificuldade para me expressar em círculos sociais, uma imaginação incontrolável e boa capacidade de observação, eu sempre absorvi muita coisa dos eventos que me cercavam. Conversas, pontos de vista, filmes, desenhos animados, músicas, depoimentos de conhecidos, amigos e familiares. Sempre fui o tipo de cara que leva desaforo para casa, haha. Então a escrita foi uma maneira de compartilhar com o mundo meus pontos de vistas. Foi também uma grande válvula de escape emocional. Posteriormente.  Depois de alguns três anos de escrita, eu finalmente comecei a ter interesse pela leitura. Hoje eu amo ler, mas é uma luta para manter a atenção. Me distraio muito fácil durante a leitura. Porque vez por outra, um personagem ou uma situação durante a leitura que estou fazendo, me desperta  a imaginação e eu fico imaginando como seria se o personagem tivesse tomado outra decisão, etc. Minha imaginação une forças com meu déficit de atenção e criam várias armadilhas para mim, haha.

 

 

 

 

 Quais sentimentos imperaram no todo de sua vida para que aos 16 anos de idade iniciasse o ato da escrita?

 Timidez e insegurança. Desde que criança eu era muito reservado, mas quando estava na escola, por exemplo, eu era o palhaço da turma, não sei porque. Mecanismo de defesa, talvez. O fato é que depois que saí da minha “zona de conforto”. Quando mudei de escola e fui para uma maior, onde ninguém me conhecia e eu não era especial (em escolinha pequena, todos somos especiais), as outras crianças riam de mim por causa do meu senso de humor auto depreciativo e minhas orelhas de abano, haha. Então logo eu aprendi a observar o comportamento das pessoas e tentar entender como eu deveria me apresentar diante delas, para que elas não rissem de mim, ou, se não houvesse jeito, que rissem, mas induzidos por mim. Desde então, sempre foi muito trabalhoso para mim estar em círculos sociais. Por isso, me sinto extremamente mais à vontade para expor-me através de meus personagens e histórias. Escrever é aliás, uma necessidade. Desde criança eu escrevo. Lembro que já na sexta série os professores me chamavam para ler histórias em outras turmas. Então desde a sexta série que eu escrevo, aos 16 comecei a escrever livros e contos e nunca parei. Embora nunca pensasse em publicar. Era somente uma necessidade de ter meu lugar no mundo. Através dos meus mundos.

 

 

 

 

 De que forma o livro  “ Esquimolândia ” cooperou em prol de sua filosofia de vida?

 Está incrivelmente ligado à minha infância. Por isso, eu me sinto em casa, quando me aventuro nas páginas dele de vez em quando. Dou gargalhadas com ele, como se fosse um velho amigo imaginário silencioso. Ele tem um valor sentimental muito grande. Mas hoje, depois de publicado, fico muito feliz quando encontro leitores que se identificam com o estilo de livro. São pessoas parecidas comigo, que abrem-se ao desconhecido. Que se permitem rir do ilógico  e viajam no absurdo. Assim, “ Esquimolândia”  me faz conhecer leitores com os quais me identifico.

 

 

 

 

 E o que poderá acrescentar ao caráter do leitor?

 Não é uma obra muito pretensiosa. O leitor de “ Esquimolândia”  apenas concorda em fazer um passeio em “águas desconhecidas”. É realmente uma aventura literária, pois tudo é possível o tempo todo e nada é o que parece. Minha obra tem como objetivo fazer o leitor rir, sentir-se feliz e leve. Nada muito profundo ou pretensioso, senão a história por trás do livro. Lembrando que esse é o primeiro da série. A série tem uma grande evolução estrutural e do significado do que é “ Esquimolândia”.

 

 Após ler o livro na versão impressa percebeu algo de diferente

 Sim. Muitas coisas. Eu escrevi o livro mais ou menos oito anos antes de publicar. Não passei os oito anos relendo a obra. Escrevi vários outros e deixei “ Esquimolândia na gaveta”. Ao revisar para enviar para editora, foi uma leitura técnica, então não me lembro de ter “sentido” nada especial. Porém, quando o livro chegou impresso em minhas mãos. Quando eu segurei um exemplar e vi a capa, senti o cheiro, e sentei para no sofá para ler, foi quase como uma viagem no tempo. Conforme eu fui crescendo, comecei a ser mais crítico comigo mesmo. Comecei a escrever com mais responsabilidade com as palavras e tal. Quando reli “ Esquimolândia” , lembrei como era só gostoso escrever. Lembrei dos meus amigos. Recordei todas as coisas que costumava fazer da vida aos 16 anos, pois estava tudo ali, no meu livro, em forma de símbolos e personagens absurdos. E toda vez que eu releio eu descubro algo sobre “Esquimolândia”  e o rapaz que o escreveu. Na época eu não sabia o que era realismo fantástico. Nem nunca tinha escutado falar em Joseph Campbell e seu O Herói de Mil Faces. E confesso que fiquei surpreso comigo mesmo porque respeitei em “ Esquimolândia “  a estrutura do realismo fantástico do início ao fim. E também respeitei os princípios básicos da jornada do herói, sem imaginar que isso existia. Para mim, é como se “ Esquimolândia “  me fosse enviada por mim do passado, para mostrar que eu tenho condições de seguir em frente.

 

 

 

 

 A personagem principal tem si características de sua pessoa, ou de outras que lhe são importantes?

 Com certeza. A maioria das personagens foram criados inspirados em meus amigos de escola e suas características físicas, emocionais e comportamentais. Acho que o que  “ Esquimolândia “  tem de mim é a coragem de se lançar num beco sem saída e confiar na imaginação para dar um jeito, qualquer que seja, de encontrar uma saída.

 

 

 

 

 O que sentiu ao ter em mãos seu livro já concluído?

 Uma mistura de esperança e nostalgia. Houveram algumas reviravoltas na minha vida profissional e eu estava em um momento difícil quando o livro impresso chegou em minhas mãos. Eu senti ali uma possibilidade de recomeço.

 

 Para finalizar nos fale dos seus projetos atuais e futuro!

 No momento, como sempre estou escrevendo outras histórias. Vez por outra escrevo um conto, ou começo um livro. Infelizmente, por escrever quase que compulsivamente, começo mil histórias que não consigo terminar. Mas acho que o foco é mesmo apreciar os primeiros passos de “ Esquiolândia “  no mundo da literatura. Enquanto isso, estou preparando o berço do irmão mais novo de  “ Esquimolândia” , o “ Emocalipse “, que deve chegar em 2016. Estive também desenvolvendo um seriado animado inspirado nos eventos do livro. Como sou profissional da área audiovisual, com experiência em animação gráfica e edição de vídeo, comecei a desenvolver o seriado. Mas precisei dar uma pausa, mais uma vez por causa de altos e baixos (mais baixos que altos, haha) na carreira audiovisual.

 Antes de encerrar gostaria de agradecer imensamente pela entrevista! Muito obrigado, Thiago.

 

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