18/11/2014 às 15h27min - Atualizada em 18/11/2014 às 15h27min

Berlim: Parte 2

Por Maíra Nardo / Diários de Férias

 

A coluna da semana passada foi sobre Berlim, com as dicas dos passeios mais tradicionais da cidade. Obviamente, não se pode deixar de notar que uma das principais atrações ficou de fora.  Isso porque a estrela dessa semana será ele: o Muro de Berlim, tão conhecido, tão temido, tão criticado e que, felizmente, hoje em dia é apenas parte da história.

 

Há várias partes do muro mantidas na cidade ou atrações a ele relacionadas. A mais conhecida delas é o Checkpoint Charlie, área que fazia fronteira entre os domínios soviéticos e americanos. Atualmente, há uma réplica da casa que servia de checkpoint para a travessia do muro, além da famosa placa que informa a mudança de setor.

Ao lado, está o Haus am Checkpoint Charlie, um museu bem-humorado que conta diversas tentativas e sucessos de pessoas que fugiram do lado oriental.

Do Checkpoint Charlie, seguindo-se pela Rua Niederkirchnerstrasse, é possível ver a linha do Muro de Berlim no chão.

Por ela, chega-se a um pedaço conservado da construção, onde há uma exposição bem interessante sobre alguns fatos do nazismo.

Ali em frente ficava o quartel-general do III Reich (Gestapo, SS). Em 1987, foram descobertas fundações subterrâneas, que hoje abrigam o Museu Topografia do Terror, com uma exposição sobre nazismo e deportação. São muitos documentos e histórias. É possível passar quase um dia inteiro ali.

 

Outra parte bem interessante de visitação, com partes intocadas do muro, é a Gedenkstatte Berliner Mauer (Memorial do Muro). A melhor forma de observá-lo é

Acessando o mirante que fica em frente. O centro de documentação mostra a história do Muro de Berlim, chamado pelos soviéticos de “Muro de Proteção Antifacista”, erguido em 1961 pela República Democrática Alemã, para por fim ao êxodo de seus cidadãos.

Ainda não satisfeito com essas visitas ao muro? Visite a East Side Gallery, que nada mais é do que o próprio Muro de Berlim usado como tela para manifestações artísticas. Com 1,3km, é a galeria de pintura mais longa do mundo. Interessantíssimo.

Fugindo um pouco do assunto do muro, mas entrando em outro ponto muito importante da história mundial, um passeio pouco conhecido, mas muito interessante na cidade é a visita aos bunkers da II Guerra Mundial. A associação Berliner Unterwelten fica logo na saída da estação de metrô Gesundbrunnen e oferece tours por diversos subterrâneos. O mais interessante é o chamado Dark Worlds. O trajeto, que começa na própria estação de metrô e passa por bunkers originais antibombas da II Guerra Mundial, mantidos exatamente como eram à época, como hospitais, abrigos e outras instalações utilizadas pela população durante os bombardeios aliados. O guia chama a atenção para vários detalhes, como a ausência de qualquer palavra que tivesse origem estrangeira, mesmo que para isso tivesse que ser escrita uma palavra enorme em alemão arcaico.

 

Há poucas coisas relacionadas ao nazismo em Berlim. A grande maioria foi destruída e as que sobraram não são muito divulgadas, com o intuito de evitar torná-las santuários e pontos de encontro neonazistas. A principal preocupação foi com o bunker de Hitler (Fuherbunker). Destruído após a guerra, por muitos anos nada indicava o local onde ficava. Apenas em 2006 foi colocado um painel indicativo, onde é atualmente um estacionamento.

 

Nem por isso o assunto foi deixado de lado. Além do Monumento do Holocausto, tratado na coluna passada, Berlim abriga o maior museu judaico da Europa. O Judisched Museum é um edifício em forma da estrela de David desconstituída, que chama a atenção tanto pela arquitetura, como pelo acervo.

 

Para fechar a coluna com um clima mais leve, não é possível estar na Alemanha e não apreciar a cerveja. Durante o verão europeu, são criados diversos “jardins de cerveja”, os chamados biergartens, em Berlim. Um dos mais agradáveis é o Café am Neuen See, que fica dentro do Parque Tiergarten. Além da cerveja, a paisagem é maravilhosa, à beira de canais do Rio Spree que cortam o parque. É possível alugar barquinhos a remo para dar uma volta pela água.

 

Mas, talvez, o biergarten mais famoso seja o da Hofbrau, perto da Alexander Platz. Todos os atendentes usam roupas típicas, lembrando a Oktorberfest, que também já foi tema de uma coluna.

 

Berlim é uma cidade que agrada muito. Para quem é fã de história, a cidade foi cenário importante da II Guerra Mundial e da Guerra Fria. Para quem é de atualidades, ela não parou no tempo e só renasceu mais bonita e moderna após o fim da guerra. Difícil mesmo é não gostar!

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